segunda-feira, 8 de maio de 2017

Supremo dá aviso prévio em decisão sobre governadores

A decisão do Supremo, facilitando a degola de governadores pelo Superior Tribunal de Justiça, botou alguns governadores na carroça que leva maganos à guilhotina. O mineiro Fernando Pimentel é o primeiro da fila. Atrás dele vem Marcelo Miranda, de Tocantins.
Em terceiro lugar, atropelando, está o governador Pezão, com a desgraça do Rio de Janeiro.
Já começaram as sondagens para a dispensa de Pezão. No lance o vice Francisco Dornelles renuncia, o presidente da Assembleia, Jorge Picciani, sai da frente e realizam-se eleições em 90 dias.
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TOGA JUSTA
A decisão do ministro Edson Fachin de jogar o julgamento do habeas corpus do comissário Antonio Palocci para os 11 ministros do Supremo Tribunal criou uma toga justa no excelso pretório.
Pelo menos três ministros acharam que ele fez uma gambiarra canhestra, pois sofreria uma nova derrota na Segunda Turma, onde os votos de Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Lewandowski abriram uma política de celas limpas na Lava Jato. Olhada por outro prisma, Edson Fachin propôs a melhoria da qualidade do julgamento, aumentando o número de cabeças responsáveis pela sentença.
Num colegiado onde a soma dos egos ultrapassa a dimensão do universo, entrou-se num parafuso. A defesa de Palocci apresentou um recurso junto à Segunda Turma propondo a derrubada da iniciativa de Fachin, e lá ele está em minoria. Se a trinca que formou a maioria derrubar a proposta, radicaliza-se o clima de feijoada que se instalou no tribunal.
Nesse clima, só a entrada de um mágico salvará a harmonia do colegiado.
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ANIMADOR
É sabido que a função de ministro da Fazenda é cumulativa com a de animador econômico. Nenhum desses hierarcas passou pela cumulatividade com a elegância de Pedro Malan.
O ministro Henrique Meirelles deveria levar para casa uma coleção de vídeos de Malan. Mesmo sendo impossível copiar-lhe a estampa, poderia tentar copiar-lhe o estilo.
No seu desempenho como animador, Meirelles poderia evitar frases com pegadinhas retóricas. Por exemplo: O projeto da reforma da Previdência "não pode ser fundamentalmente alterado".
Falta definir "fundamentalmente".
De uma maneira geral sempre que um magano usa a palavra "fundamental", não quer dizer nada.

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