segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Edição falsa de jornal satírico tenta explorar comoção por 'Charlie Hebdo'
Le Monde
Reprodução
30.jan.2015 - Edição falsa do jornal "Zoo" faz homenagem à revista "Charlie Hebdo" na França; na imagem, charge do papa no papamóvel recebe a chamada "1 milhão de moscas em frente a uma cobertura de queijo" 30.jan.2015 - Edição falsa do jornal "Zoo" faz homenagem à revista "Charlie Hebdo" na França; na imagem, charge do papa no papamóvel recebe a chamada "1 milhão de moscas em frente a um porta-queijo"
Uma edição especial do jornal satírico "Zoo", extinto em 2000, faz uma homenagem ao "Charlie Hebdo". A ex – e verdadeira – equipe do jornal denunciou a fraude e pretende entrar na Justiça contra a pessoa responsável por essa publicação, que se encontra nas bancas desde quarta-feira (28).
Esse número "em homenagem a Wolinski, Charb e Tignous", segundo a revista de cultura "Les Inrocks", teria reproduzido desenhos das vítimas "sem autorização, e por objetivos puramente financeiros". A capa do jornal traz o título: "Je suis Charlie & Zoo", com um desenho de Tignous [sobre o papa], sem relação com os acontecimentos do início de janeiro: "1 milhão de moscas em volta de um porta-queijo".
Segundo a "Inrocks", o ex-editor Eric Martin publicou um comunicado para negar qualquer responsabilidade na edição do jornal:
"Os ex-colaboradores da 'Zoo' (Berth, Faujour, Martin, Vuillemin) fazem questão de informar às famílias das vítimas que negam qualquer responsabilidade na edição desse jornal que reproduz entrevistas de Wolinksi e de Charb que nunca foram encomendadas nem publicadas pela redação da 'Zoo'. Eles também pedem para que os eventuais compradores não assinem essa publicação que é uma fraude e se reservam o direito de processar o abutre que editou essa merda."
O "assessor de imprensa" dessa falsa "Zoo", Jean-Claude Moccand, seria o responsável por sua idealização e se recusa a dar outros nomes da equipe, explica o "Libération". "Pensamos que seria interessante relançar a 'Zoo': isso deve ser visto como uma homenagem, não como uma 'merda, diz Jean-Claude Moccand, que afirma "ter direitos sobre o título".
Éric Martin, para quem "eles são simples abutres", declarou à "Inrocks" que pretende entrar com um pedido judicial na sexta-feira para "impedir a distribuição" do jornal.

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