Vinicius Mota - FSP
Presidente que colheu o pior resultado econômico nas últimas décadas, Fernando Collor foi um desses aventureiros levados pelas circunstâncias a menosprezar os contrapesos da economia, das instituições e da política brasileira. O descomedimento foi punido com severidade.
Levada talvez pelas circunstâncias a açular uma recessão inaudita em 20 anos, a presidente Dilma Rousseff começa a caminhar em campo minado. Seu ministro da Fazenda está desgovernado.
Na vida pública, Joaquim Levy demonstrou competência enquanto esteve protegido por ministros, governadores e presidentes fortes. Sua apresentação solo, fruto do rápido esmaecimento da liderança da presidente da República, pode desencadear desastres, seja na economia, seja na política.
Está apenas no começo o tarifaço nas contas de energia elétrica, que vai tirar dinheiro do bolso de praticamente toda a população. Não há muitos precedentes na história, após o Plano Real, de uma mudança de preços relativos da ordem de 50%, ou mais, num único ano.
A reversão abrupta da política que subsidiava postos de trabalho vai alimentar a tendência ao desemprego. Um presidente forte, ciente do grau de maturidade do Brasil, imporia moderação à necessária agenda do ajuste recessivo. Mas o governo sumiu. Joaquim preside.
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