terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PORTUGAL EM CRISE

Portugal anuncia liberação de nova parcela de empréstimo
Em entrevista coletiva, o ministro de Finanças português, Vítor Gaspar, falou que o país receberá um novo lance de ajuda, de 14,9 bilhões de euros da 'troika'
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Gaspar afirmou que Portugal está no caminho certo e negou qualquer modificação no acordo (Manuel de Almeida/EFE)
O governo português anunciou nesta terça-feira que receberá um novo lance de ajuda, de 14,9 bilhões de euros da troika, grupo formado pela União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional. O empréstimo foi liberado depois que as instituições afirmaram que Portugal cumpriu com o programa de ajustes pactuado em troca de seu resgate financeiro.
Em entrevista coletiva, o ministro de Finanças português, Vítor Gaspar, destacou que Portugal está "no bom caminho" para conseguir seus objetivos nos prazos marcados e que a análise trimestral positiva dos técnicos da troika respalda as ações empreendidas pelo Executivo. Gaspar também descartou a possibilidade de pedir qualquer tipo de modificação do acordo assinado em 2011 apesar da piora de suas previsões econômicas.
De acordo com o ministro, a postura se justifica pela necessidade de dar sinais de credibilidade perante a hipótese de o país necessitar de um novo resgate. "Nossos parceiros internacionais manifestaram repetidamente sua disponibilidade para prestar o apoio adicional necessário a Portugal, se por condições que escaparem do controle do país, surgirem dificuldades para retornar ao mercado", disse Gaspar.
As novas estimativas do governo calculam um retrocesso da economia para este ano de 3,3%, três décimos pior que em cálculos anteriores. Além disso, Portugal deve reduzir seu déficit público em 2012 em até 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e a previsão é que a taxa de desemprego alcançará 14,5%.
Terceiro país da zona do euro a se beneficiar de um plano de resgate financeiro, depois de Grécia e Irlanda, Portugal se comprometeu a aplicar um plano de extrema austeridade e reformas ao longo de três anos em troca de um empréstimo concedido em maio de 2011 pela UE e pelo FMI.
No entanto, o país prevê voltar a emitir dívida em longo prazo no segundo semestre de 2013, um objetivo questionado por analistas, agências de qualificação e investidores devido aos juros insustentáveis que este tipo de títulos cotam no mercado secundário, usado como valor de referência.
Na última semana, o presidente do BCE, Mario Draghi, deu uma entrevista ao The Wall Street Journal afirmando que o país não representava risco semelhante ao da Grécia, e que estava a caminho de uma recuperação.
(Com agência EFE e France-Presse)

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