quinta-feira, 31 de março de 2016

Esvaziada, cúpula nuclear em Washington debate Estado Islâmico
Se a ambição é menor que em 2009, a urgência do tema aumentou com a ameaça de que armas nucleares caiam nas mãos de facções terroristas como o Estado Islâmico.
Li Muzi/Xinhua
Centro de imprensa da Cúpula de Segurança Nuclear em Washington, que começa nesta quinta-feira (31)
Centro de imprensa da Cúpula de Segurança Nuclear em Washington, que começa nesta quinta-feira (31)
Especialistas afirmam que houve "resultados tangíveis" no esforço do presidente em tornar mais seguros os materiais radioativos vulneráveis usados para atividades civis, como em hospitais. Desde a primeira cúpula, em 2010, o número de países com materiais que podem ser usados em armas nucleares caiu de 32 para 24, segundo relatório da Iniciativa de Ameaça Nuclear (IAN), uma organização não governamental dos EUA.
Mas, em muitos casos, os materiais radioativos são vulneráveis a roubos, diz o estudo, afirmando que há mais risco de terroristas detonarem uma "bomba suja" do que de explodir um artefato nuclear. Os materiais usados em bombas sujas (que misturam material radioativo a explosivos convencionais) estão espalhados em milhares de hospitais e locais que usam as substâncias radioativa em tratamentos médicos.
A cúpula terá ainda uma sessão extra para discutir formas de conter o Estado Islâmico. A Bélgica será um dos focos, sobretudo diante da informação de que suspeitos dos atentados de Bruxelas no dia 22 estariam vigiando um cientista nuclear belga.
Ligia Holgate, principal autoridade em controle de armas da Casa Branca, disse que os dados parecem indicar que o EI tem interesse nuclear, mas não um plano.
QUÓRUM
Os críticos da cúpula criada por Obama afirmam que os países participantes são apenas 15% dos membros da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), que seus comunicados são vagos e que o boicote da Rússia deixará de fora o maior arsenal nuclear do mundo. Outra dúvida é como manter os compromissos assumidos depois que Obama deixar a Casa Branca, em janeiro de 2017.
Segundo o Kremlin, a ausência se dará por "falta de cooperação" na preparação para a Cúpula. Os dois países mantem relações gélidas desde a invasão russa da Crimeia (2014), agravadas pela "intervenção de Moscou na Síria.
Ben Rhodes, assessor de segurança de Obama, chamou a ausência da Rússia de "oportunidade perdida".
A presidente Dilma Rousseff cancelou sua participação em meio à crise política, e o chanceler Mauro Vieira chefiará a delegação brasileira. O Brasil apresentará com 15 países um pedido para incluir o desarmamento nas discussões do tema nuclear. 

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