quarta-feira, 30 de março de 2016

REDE, PDT, PSOL e o reagrupamento da esquerda
O primeiro dessa lista é a Rede Sustentabilidade. Liderado pela fundadora do PT, Marina Silva. Defensores históricos da esquerda, como o deputado federal Alessandro Molon (RJ), que foi membro do PT desde 1999, o senador Randolfe Rodrigues, ex-petista (1998 à 2005) proveniente do PSOL e a ex-senadora por Alagoas, Heloísa Helena. Tanto o partido, quanto a sua principal líder tem tido uma postura bastante oportunista em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Defendem que a saída de Dilma tenha que se dar pelo julgamento e cassação no TSE, a via mais dolorosa para o país, na luta para se livrar da atual gestão, por ser uma chance para Marina Silva colocar-se como presidenciável pela terceira vez, após a candidatura pelo PV em 2010 e pelo PSB em 2014. Enquanto isto, em razão do desenrolar do processo de Impeachment, o REDE vai aproveitando-se da migração de membros históricos do PT que buscam por sua sobrevivência política.
O segundo caso é o PSOL, Partido Socialismo e Liberdade (sic). Fundado por uma dissidência do PT em 2004, o partido tem como membros famosos os ex-petistas Luciana Genro, Roberto Robaina, Luiza Erundina (ex-prefeita de São Paulo), Babá, Marcelo Freixo, Ivan Valente, Chico Alencar e o falecido Plínio de Oliveira Sampaio. Seduzidos com o discurso de “oposição à esquerda”, vemos muitos membros do PT se percebendo livres para migrar do PT para o PSOL, o que tem tornado o projeto do Socialismo e Liberdade (sic) cada vez mais identificado com uma “linha auxiliar do PT”. Fato que se tornou ainda mais evidente a partir, principalmente, da postura do PSOL no segundo turno das eleições presidenciais de 2014, quando o partido declarou neutralidade, que no vocabulário psolista significava repudiar o voto no candidato Aécio Neves (PSDB) e a sugestão para a militância de votar em branco, anular ou votar na candidata Dilma Rousseff (PT). Um caso inédito de neutralidade não-neutra, com o adicional de deputados do PSOL, como Chico Alencar, Jean Wyllys e Marcelo Freixo, terem feito campanha ativa para a candidata do PT no segundo turno.
O terceiro partido é também o mais perigoso: Partido Democrático Trabalhista (PDT). O partido fundado por Leonel Brizola, diferente dos outros que ensaiam uma oposição para inglês ver, se mantém fiel a base do governo Dilma mesmo com a administração petista vindo a desmoronar, muito pelo trabalho de Carlos Lupi, presidente nacional do partido e aliado de Dilma. Muitos membros do PT ou que apoiam o partido estão migrando para a sigla trabalhista, como o ex-ministro Ciro Gomes, o atual prefeito de Osasco Jorge Lapas e o prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, assim a sigla brizolista já ensaia uma chapa presidencial em 2018 sendo encabeçada por Ciro Gomes e com o apoio do PT. Com isso, poderemos ver muitos petistas caminhando para o partido de Brizola e Darcy Ribeiro. Então, pode se dizer que o PDT pode ser o partido mais perigoso nesse rearranjo da esquerda brasileira, pois o discurso de Ciro Gomes seduz boa parte da esquerda e parte dos oposicionistas.
Deve-se prestar atenção nessa “nova” esquerda brasileira. Não é porque estamos vendo o Partido dos Trabalhadores agonizando em seus últimos dias no poder que devemos achar que a esquerda está vencida politicamente. Muito pelo contrário, perceberam que o barco está afundando e preparam o seu reagrupamento, como fizeram no pós-Guerra Fria e em breve voltarão a tentar assumir o poder político e para fazer as mesmas coisas que o PT fazia, seja em pequenas doses ou em doses muito maiores. Então, a frase que inicia esse artigo deve simbolizar a nossa vigilância em relação a esse revisionismo e evitar que voltem a dar as suas caras no jogo político para causarem mais tragédias no nosso país. Para não sofrermos de novo com políticas de cunho demagógico e populista.

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