terça-feira, 23 de maio de 2017

Como linha em carretel
O presidente Michel Temer está mais enrolado que linha em carretel. E se enrola mais ainda a cada pronunciamento, gesto e/ou versão.
O presidente Michel Temer se enrola mais a cada vez que abre a boca ou faz um gesto para explicar e desqualificar o conteúdo da conversa gravada com Joesley Batista. No primeiro pronunciamento desmentiu que tenha pedido pagamentos a Eduardo Cunha, quando não era disso que se tratava no diálogo e sim de seu incentivo à conveniência de o empresário manter o provimento que acabara de confessar. Em duas entrevistas concedidas nos dias seguintes conseguiu produzir ao menos uma dezena de contradições e mentiras logo detalhadas no noticiário, evidências relevantes  que a análise técnica da gravação não apagará, seja qual for o resultado.
Depois, pediu a suspensão do inquérito no Supremo Tribunal Federal quando havia dito anteriormente que a investigação o favorecia, pois lhe daria a oportunidade de “esclarecer tudo”. Achava bom e em 48 horas passou a achar ruim. Dia seguinte recuou do pedido diante do risco de vê-lo negado quando a ministra Cármen Lúcia determinou que o STF só se pronunciasse depois da análise dos áudios pela Polícia Federal. Assim como outros grãos-duques atingidos pela Lava-Jato, Temer ganha tempo enquanto perde densidade, coerência e credibilidade.

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