Defesa do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) entregou à Polícia Federal a mala que deveria estar com 500 mil reais — PF contou 'só' R$ 465 mil
Segundo as apurações da Procuradoria-Geral da República (PGR), a quantia representava a primeira parcela da propina a ser paga pela JBS. Conforme a delação de Joesley, a empresa enfrentava problemas no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) envolvendo uma disputa entre a empresa e a Petrobras no fornecimento de gás para uma termelétrica em Cuiabá, que pertencia à holding.
Em ações monitoradas pela PF, o deputado foi gravado tratando da propina com dirigentes da JBS e depois recebendo o dinheiro numa pizzaria de São Paulo no dia 24 de abril. Nas imagens, ele aparece saindo do restaurante às pressas arrastando a mala de rodinhas e a colocando no porta-malas de um táxi — ele havia entrado no estabelecimento de mãos vazias. O montante foi entregue pelo diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos delatores que fecharam acordos de colaboração com a PGR.
O vídeo foi feito depois de Joesley ter gravado Temer em uma reunião fora da agenda oficial no Palácio do Jaburu. No encontro, o presidente indicou Loures como seu interlocutor para tratar de assuntos de interesse do empresário no governo federal. O deputado, que era suplente até março deste ano, trabalhava como assessor do presidente desde 2011. Naquele mês, deixou o Planalto para assumir a cadeira na Câmara deixada por Osmar Serraglio (PMDB-PR), nomeado ministro da Justiça.
O parlamentar também foi gravado em conversas com Joesley Batista nas quais ambos tratam da compra do silêncio de Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba, e de Funaro, preso em Brasília.
Rocha Loures teve a prisão pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na corte, negou a detenção, mas determinou outras medidas cautelares, como o afastamento do cargo e a proibição de sair do país e contatar investigados. A PGR entrou com recurso para que o ministro reconsidere a decisão. Caso Fachin não volte atrás, o procurador solicitou que os pedidos de prisão sejam apreciados “com máxima urgência” pelo plenário do STF.
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