Decisão de Trump sobre Acordo de Paris é a pior derrota política de Bergoglio
Hermes Rodrigues Nery - MSM
A retirada dos Estados Unidos do Acordo do Clima de Paris, em 1º de
junho de 2017, foi a pior derrota política do papa Francisco, mostrando
assim o equívoco de suas posições políticas, assumidas escancaradamente
desde que assumiu o pontificado, em março de 2013, para perplexidade de
muitos católicos, especialmente os que se empenham com seriedade, em
viver a sã doutrina católica.
A agenda política abraçada por Jorge Mário Bergoglio, em muitos
aspectos, está sintonizada com a mesma agenda do internacionalismo de
esquerda e do globalismo defendido pela ONU e fundações internacionais
que trabalham por uma reengenharia social de mutação cultural, que
instrumentaliza as religiões para os fins de um poder global.
Ecumenismo e ecologismo fazem parte da estratégia de ressignificar
religiões, visando uma nova cultura (um mosaico cultural), convergida em
premissas não cristãs, especialmente não católicas, como já
recomendava, em 1974, o Relatório Kissinger (salientado por Juan Cláudio
Sanahuja), estabelecendo “como política global que os padrões culturais
dos povos, entre os quais se incluem as crenças religiosas, que tornam
inviáveis as políticas de controle de natalidade, devem ser alterados”
[1]. Por isso, tem chocado aos católicos a presença de intelectuais e
ideólogos dessa reengenharia social em eventos no Vaticano, promovidos
especialmente pela Pontifícia Academia das Ciências, que recebeu e deu
espaço para palestrar, Jeffrey Sachs (ambientalista radical que defendeu
em 2008 a legalização do aborto como meio econômico eficaz para
eliminar bebês indesejados), Paul Erlich (autor do livro “A Bomba
Demográfica”, também defensor do aborto como meio de controle
populacional), entre outros. O fato é que Bergoglio não apenas tem
dialogado com conhecidos inimigos da fé católica, acolhido-os no
Vaticano, favorecido (algumas vezes de modo sutil e sofisticado, outras
mais abertamente) a agenda política que contradiz, em muitos aspectos, a
doutrina moral e social da Igreja. Mas Bergoglio abraçou tal agenda,
para euforia de Ban-Ki-moon.
A tônica política de Bergoglio (evidenciada por suas decisões, à
esquerda (confirmando o que ele dissera ao Pe. Antonio Spadaro: “nunca
fui de direita” [2]), explicita cada vez mais equívocos incontáveis,
para o agrado de toda a esquerda internacional, que o aplaude, pois sabe
que as consequências de tais decisões, a médio prazo, agravarão danos
dentro da Igreja, que os líderes de esquerda até então não haviam
conseguido chegar em tão grande profundidade.
E por tais decisões virem de cima para baixo, dificilmente haverá
quem se oponha, porque os que se infiltraram por dentro da instituição,
souberam aparelhar de tal modo organismos internos da Igreja, para
justamente neutralizar toda e qualquer resistência. Disso não só tenho
experiência vivida, mas tenho sofrido a perseguição implacável daqueles
que há muito quiseram liquidar a minha liderança como leigo católico
dentro da Igreja, por justamente não compactuar com a maldade não apenas
dos inimigos declarados, mas principalmente dos dissimulados. Isso
porque os que se opuserem à agenda implantada sofrerão toda espécie de
sanções e retaliações, tendo em vista também o aparato tecnológico de
controle, nesse sentido.
Os engenheiros sociais apreciam laboratórios culturais e sociais, e
sabem do estrago que estão fazendo. Que a Igreja depois resolva os
problemas criados pelos equívocos políticos de Bergoglio. Os inimigos da
Igreja sabem que a agenda abraçada por Bergoglio (exposta, por exemplo,
na encíclica Laudato Si) trarão, num futuro próximo (talvez em outro
pontificado) problemas agudos para a própria Igreja (por causa dos
gravíssimos danos causados), mas eles não estão nem um pouco preocupados
com isso.
Bergoglio reconheceu a cinco jovens católicos belgas, numa entrevista
á agência I. Media, dizendo: “Eu já errei, e ainda erro!” [3],
declarando com ênfase: “Eu não diria que aprendi com todos os meus
erros. Alguns não, porque eu sou teimoso”. E por teimosia insiste em
seus erros políticos, sem se dar conta das consequências de tais erros,
para o que virá depois de seu pontificado.
Notas:
1. SANAHUJA, Juan Cláudio, Poder Global e Religião Universal, p. 29, Editora Ecclesiae, Campinas, SP, 2012.
2. SPADARO, Pe. Antonio, Íntegra da Entrevista de Francisco à “Civiltà Cattolica”:
https://fratresinunum.com/2013/09/19/integra-da-entrevista-de-francisco-a-civilta-cattolica/
3. REUTERS, Papa Francisco admite: “Eu já errei e ainda erro” – Entrevista a cinco jovens católicos foi transmitida por site:
https://oglobo.globo.com/mundo/papa-francisco-admite-eu-ja-errei-ainda-erro-12089981
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