quarta-feira, 7 de junho de 2017

Joesley afirma à PGR que Temer e Marcela viajaram em seu jato
O empresário Joesley Batista afirmou à Procuradoria-Geral da República que o presidente Michel Temer e sua mulher, a primeira-dama Marcela Temer, viajaram em jato particular do executivo da JBS quando o peemedebista era vice-presidente.
A informação foi divulgada nesta terça (6) pelo site "O Antagonista" e confirmada pela Folha. Na ocasião, Joesley afirmou que as viagens foram feitas em 2011 e apresentou um diário de bordo com detalhes sobre os deslocamentos.
Agora, a PGR pretende oficializar os dados informados nos autos do processo para apurar se ocorreram e como a informação será utilizada no inquérito sobre o presidente.
O objetivo do empresário: demonstrar que tinha uma relação de bastante proximidade com Temer, diferentemente do que o peemedebista tem afirmado. Em entrevista à Folha, o presidente reconheceu que conhecia o executivo antes da conversa que tiveram no Palácio do Jaburu, em março, mas disse que ele é um "falastrão", "uma pessoa que se jacta de eventuais influências".
Em outubro de 2012, o presidente chegou a comparecer ao casamento do empresário com a jornalista Ticiana Villas Boas, em São Paulo.
Em nota oficial, o Palácio do Planalto disse que, em 2011, o presidente viajou em uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) para a Bahia e para Porto Alegre, destinos para os quais teria se deslocado em jato particular de acordo com o executivo.
Perguntada pela Folha, a Secretaria de Comunicação Social afirmou não ter registro de "viagem do então vice-presidente Michel Temer em avião particular do empresário Joesley Batista".
No encontro no Jaburu, o executivo gravou o presidente em diálogo no qual é tratada a solução de "pendências" com o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no rastro da Operação Lava Jato.
O peemedebista ouviu de Joesley que ele havia "zerado as pendências" com Cunha, no que sugere a compra do silêncio do ex-deputado federal, segundo a PGR.
O conteúdo da gravação baseou parte do pedido de abertura de inquérito apresentado contra o presidente pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e que foi autorizado pelo relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin.
PERÍCIA
O áudio é questionado pela defesa do peemedebista, para quem houve fraudes e cortes. A Polícia Federal realiza perícia para avaliar se houve modificações na gravação. Não há prazo estabelecido.
A delação premiada de Joesley apontou também que Temer destacou o deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para intermediar interesses do grupo empresarial no Cade, órgão de defesa da concorrência.
Desde 2011, Loures trabalhava com o presidente. O paranaense foi preso no último sábado (3) pela PF. Antes disso, foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.

Nenhum comentário: