Nova Iorque diz não aos Jogos Olímpicos
Um dos principais motivos é a recusa de concentrar investimentos para atender a um evento que dura “apenas 17 dias”.
Jamil Chade - OESP
GENEBRA - Nova Iorque anuncia: não será candidata
para receber os Jogos Olímpicos de 2024. O motivo: a cidade tem outras
prioridades e não quer concentrar recursos para um evento de apenas 17
dias. Quem afirma isso não é algum movimento social ou algum repórter do
contra. Mas sim o gabinete do novo prefeito, Bill de Blasio, em
reportagem do Wall Street Journal.
Depois de avaliar os benefícios e os problemas de um evento esportivo
internacional, a responsável pelo desenvolvimento econômico e moradia
de Nova Iorque, Alicia Glen, deixou claro que a decisão da administração
era de que não valeria à pena o esforço e o investimento.
A cidade foi candidata a receber o evento em 2012. Mas foi eliminada e
a organização ficou com Londres. “Não faz sentido se candidatar”,
declarou Glen. Para ela, a meta de ter um evento seria para colocar uma
cidade no mapa mundial. Mas isso, segundo Glen, não seria necessário
para Nova Iorque. Outro motivo seria atrair turistas. Mas, com 54
milhões de visitantes por ano, a cidade acredita que também não precisa
de uma Olimpíada para atrair o mundo. “Nossa sensação é de que poderia
até mesmo frear o turismo”, confessou.
Mas o ponto principal é de que ter a Olimpíada na cidade poderia
afetar a agenda de desenvolvimento econômico da cidade. Para Glen, se a
cidade se focar apenas nas instalações esportivas ou numa área da
cidade, outras partes poderiam ser negligenciadas.
“O prefeito quer tomar decisões de desenvolvimento baseados em
políticas públicas sólidas e não ir a uma direção particular apenas para
atender as necessidades de um evento de 17 dias”, afirmou Glen, que
também é a vice-prefeita.
Ela não nega que sediar a Olimpíada tem uma “noção romântica”. “Mas
eu acho que quando você pergunta ao cidadão de Nova Iorque nas ruas se
ele quer que a cidade e seus esforços sejam direcionados para um evento
de três semanas em dez anos, ou se deve arregaçar as mangas e lidar com
todos os demais desafios imediatos, acho que a vasta maioria diria:
“prefiro assistir ao evento em um telão grande em minha casa”.
De Nova Iorque à Olso, da Suíça à Alemanha, governos democráticos
estão pensando duas vezes em lançar suas candidaturas para receber os
mega-eventos mundiais. A a Fifa e o COI sabem disso…
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