terça-feira, 29 de julho de 2014

Estimulando o consumo até não ter mais o que consumir 
Bernardo Santoro - IL  
Na sexta-feira o Banco Central anunciou um novo pacote de estímulo à economia, injetando 30 bilhões de reais através da redução do depósito compulsório que os bancos precisam deixar junto ao Banco Central, ou seja, fazendo com que esse dinheiro deixe de ficar no cofre do BC, sendo disponibilizado para crédito, em um momento onde a economia brasileira está estagnada pelo excesso de crédito que gerou um endividamento recorde das famílias brasileiras e do próprio Governo.
temposmodernosÉ assustador voltar a falar sobre estímulo a economia quando praticamente todos os economistas do país já declararam que o modelo de crescimento econômico baseado no consumo está esgotado e superado. De minha parte, eu sequer acredito que consumo possa ser modelo de crescimento econômico. O que faz uma economia crescer é o aumento da produtividade, que se faz com investimento em tecnologia e educação. E para que haja esse investimento, precisamos poupar recursos, e não gastá-los em estímulos ao consumo. Investindo em produtividade, o consumo cresce de maneira natural e sustentável, mas isso só é possível com poupança.
Mas o Brasil não investe em produtividade e continua insistindo na lamentável política de consumo. Reportagem de ontem do Jornal o Globo mostra que, de acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria, o setor industrial não pretende fazer investimentos relevantes pelos próximos dez anos, e isso faz todo o sentido dentro de um ambiente de baixíssima concorrência em virtude da alta burocracia interna e do protecionismo contra produtos externos, mas mina por completo o crescimento brasileiro. Sem nenhuma coincidência, outra reportagem do mesmo jornal, só que hoje, mostra que os estímulos do Governo ao consumo no setor automobilístico e de linha branca, entre outros, praticamente não gerou efeitos.
A insistência com essa política demonstra claramente que ela não será mudada e que um novo Governo com as mesmas políticas vai gerar os mesmos erros atuais. Ainda bem que eu não sou do Santander. Aqui no IL não perdemos o emprego quando falamos obviedades econômicas contra o PT.

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