Ex-tucano, Bresser-Pereira diz que PSDB se parece cada vez mais com PMDB
Para ele, isso reflete o fato de que "uma parte expressiva do PSDB virou um partido rigorosamente igual ao PMDB", disse ele à Folha, após palestra em congresso da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), em Caxambu (MG).
Amigo e ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, Bresser-Pereira deixou
o PSDB em 2010 por achar que o partido havia migrado da
centro-esquerda, posição com a qual ele se identifica, para a
centro-direita. Hoje é professor emérito da FGV (Fundação Getúlio
Vargas) de São Paulo. Bresser-Pereira também foi ministro de José
Sarney.
"O PSDB não é mais o partido do Tasso [Jereissati, presidente interino
da sigla]", disse ele. A ala "deturpada", que dá apoio ao governo,
seria, segundo ele, aquela identificada com o senador Aécio Neves
(PSDB-MG). "A crise deixou claro de que lado ele está."
Os tucanos são os principais aliados do presidente e comandam quatro
ministérios, incluindo o responsável pela articulação política. No
entanto, na votação da segunda denúncia
contra o presidente na Câmara dos Deputados, na última quarta-feira
(25), Temer obteve menos votos do PSDB do que na votação da primeira.
Ficaram ao lado de Temer o grupo de Aécio, que teve o mandato restabelecido pelo Senado
com a decisiva ajuda do Palácio do Planalto. Como em agosto, o grupo
ligado ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), se colocou em
peso contra o presidente da República, além da ala jovem do partido.
O professor não tem palpites sobre qual pode ser o futuro do partido,
mas acredita que o candidato presidencial para 2018 seja o governador
Geraldo Alckmin, e não acredita que o país elegerá uma figura populista,
como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
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