quarta-feira, 16 de julho de 2008

Camões

"Busque amor novas partes, novo engenho para matar-me, e novas esquivanças, que não pode tirar-me as esperanças que mal tirarão o que eu não tenho. Olhai que de aspereza me mantenho! Vede que perigosa segurança! Que não tenho contrastes, nem mudanças, Andando em bravo mar, perdido lenho. Mas, conquanto não pode haver desgosto onde esperança falta, lá m'esconde amor um mal, que mata e não se vê. Que dias há que n'alma me tem posto um não sei quê, que nasce não sei donde, vem não sei como, e dói não sei porquê."

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