quinta-feira, 17 de julho de 2008

Deuses em palco terrestre

Eles avançam, e percebi que não tenho dedos para pintar as aquarelas que desejam. Entre fragilidade e o desejo, sou apenas eu. O assédio às portas da corajosa Esparta era irresistível.
Nem Menelau, que teve e perdeu Helena, o paradigma de mulher/amante, nem Leônidas, o bravo Leônidas, iriam conseguir deter a tragédia em curso. Caía, miseravelmente, o Rei de Copas. Não sobra nada.
"Insana, Me afogo na seiva de um deus humano. Ecoa trepidante uma voz em meus ouvidos, Qual cálido sêmem vertendo vertigens ruidosas. E assim, Cerrado os olhos, Invento curvas e projeções anatomicamente improváveis. Teu corpo faço Molde surreal com maleabilidade de espuma Escorrendo em curvas rabiscadas em papéis inventados. São atos ébrios desta peça teatral... Neste claustro romano cabem meu coração, minha alma, um beijo profano, Prefácio de uma canção. Neste palco de tragédia e glória, De noites de Lua insana, Cabe seu nome na minha história. Dentre meus sonhos; As conquistas e encontros Eis um deles a que aspiro sem que os soldados estejam prontos: Libertar-me desta peça tardia. Pois o que por vezes se derrama de tua boca, Não é a saliva de anjos ou demônios É o fluido cósmico que vem corromper o destino. Empresta-me então a tua boca... E adeus às asas para transpor os limites deste coliseu." L.

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