quinta-feira, 17 de julho de 2008

Contra o muro

"Pulou no rio a menina cuja mãe não disse: minha filha. Me consola, moço. Fala uma frase, feita com meu nome, para que ardam os crisântemos e eu tenha um feliz natal! Me ama. Os homens de nucas magras furam os toucinhos com o dedo, levantam as mantas de carne e pedem um quilo de sebo. Toca minha mão. Quem fez o amor não vazará meus olhos porque busco a alegria. A vida não vale nada, por isso gastei os meus bens, fiz um grande banquete e este vestido. Olha-me para que ardam os crisântemos e morra a puta que pariu minha tristeza." Adélia Prado

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