Advogados de Lula tentam suspender depoimento de Emílio Odebrecht
Eles alegam que só nesta segunda-feira tiveram acesso à delação premiada do empresário
O Globo
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
recorreram ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) para
suspender os depoimentos do empresário Emílio Odebrecht e de Alexandrino
Alencar, executivo do grupo Odebrecht. No entanto, eles estão sendo
ouvidos na tarde desta segunda-feira.
A defesa do ex-presidente argumenta que apenas no fim desta
manhã as íntegras das delações dos dois representantes da Odebrecht
foram anexadas aos autos pelo Ministério Público Federal (MPF) e, por
isso, foram violadas as garantias do contraditório, da ampla defesa e da
paridade de armas.
O juiz Sergio Moro decidiu manter as audiências, por
"economia processual", uma vez que as testemunhas já estavam se
deslocando para Curitiba. Para não prejudicar as defesas, o juiz disse
que, caso necessário, as duas testemunhas podem ser ouvidas novamente.
Para os advogados de Lula, o próprio juiz reconheceu o prejuízo à defesa
e que pode reinquirir as testemunhas se houver requerimento.
Caso os depoimentos sejam suspensos pelo TRF-4, Odebrecht e Alencar terão de ser ouvidos novamente.
Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar foram convocados como
testemunhas de acusação no processo em que Lula é acusado de ter
recebido benefícios da Odebrecht, como a cobertura vizinha à de sua
propriedade, em São Bernardo do Campo, e um prédio para o Instituto
Lula. A cobertura está em nome de Glaucos Costamarques e os advogados
afirmam que a família Lula aluga o apartamento.
Os procuradores dizem que não foram entregues comprovantes
de pagamento de aluguel. O prédio comprado pela Odebrecht não foi usado
pelo Instituto Lula, que recusou o imóvel.
Marcelo Odebrecht afirmou à Justiça que o valor saiu da
subconta "Amigo", na planilha de propinas pagas ao PT pela empresa, e
com a recusa voltou a ser creditado e deixado à disposição do
ex-presidente.
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