quarta-feira, 7 de junho de 2017

Geert Wilders e o Suicídio da Europa
Editoria MSM
Em 2004 o terrorista marroquino/holandês Mohammed Bouyeri (à esquerda), baleou e matou o cineasta Theo van Gogh (à direita) e em seguida o esfaqueou e cortou sua garganta. 
Guy Millière - GATESTONE INSTITUTE
Mesmo se o político holandês Geert Wilders tivesse vencido as eleições e mesmo se o Partido da Liberdade (PVV) por ele fundado há onze anos tivesse se tornado o principal partido do país, ele não teria condições de ser o chefe de governo. Os dirigentes dos demais partidos políticos afirmaram que rejeitariam qualquer aliança com ele, de lá para cá eles continuam mantendo este posicionamento.
Por anos a fio a grande mídia holandesa disseminou ódio e difamação contra Wilders por ele tentar avisar o povo holandês – e a Europa – a respeito de seu futuro se ela continuar com as correntes políticas de imigração. Em contrapartida, em dezembro passado, um painel de três juízes o consideraram culpado de “incitamento à discriminação”. Jornais e políticos de toda a Europa o descrevem, incessantemente, como um homem perigoso e um incendiário de direita. Às vezes eles o chamam de “fascista”.
O que foi que Geert Wilders fez para merecer isso? Nenhuma de suas afirmações incriminaram alguém ou um grupo devido à raça ou etnia. Para poder acusá-lo, o sistema judicial holandês teve que forçar descomedidamente a interpretação das palavras por ele usadas em um comício no qual perguntou se os holandeses queriam “menos marroquinos no país”. Os discursos de Wilders não incitam a violência contra ninguém. A violência a sua volta está direcionada apenas contra ele. Ele defende os direitos humanos e os princípios democráticos além de ser um inimigo resoluto de todas as formas de antissemitismo.
Seu único “crime” é denunciar o perigo representado pela islamização da Holanda e do restante da Europa e afirmar que o Islã representa uma ameaça letal para a liberdade. Lamentavelmente ele tem boas razões empíricas para fazer tal afirmação. Além disso, infelizmente, a Holanda é um país onde a crítica ao Islã é particularmente perigosa: Theo van Gogh produziu um filme “islamicamente incorreto” em 2004 e foi brutalmente assassinado por um islamista que disse que iria matar novamente se pudesse. Dois anos antes, Pim Fortuyn, que esperava concorrer às eleições, definiu o Islã como uma “religião hostil”, ele foi morto por um islamófilo de esquerda, ativista dos direitos dos animais. Geert Wilders só está vivo porque se encontra sob proteção policial, 24 horas por dia, graciosamente conferida pelo governo holandês.
De maneira geral a Holanda é um país onde a comunidade muçulmana mostra poucos sinais de integração. Já há quarenta zonas proibidas no país, distúrbios explodem com facilidade. Recentemente eles eclodiram em Rotterdã, Amsterdã e Nijmegen. Também recentemente indivíduos de outros países começaram a atacar, regularmente, cidadãos autóctones da Holanda. Alguns desses agressores estão tão certos de sua impunidade que publicam vídeos de seus crimes na Internet. Em todo o país, uma limpeza étnica, que os europeus estão receosos demais para dar nome aos bois, está ocorrendo nos subúrbios e os residentes não muçulmanos, muitas vezes dizem se sentir assediados.
Mulheres não muçulmanas são estimuladas pelas autoridades locais a se vestirem “de forma discreta”. Como os cães no Islã são considerados haram (impuros), os donos de cães são aconselhados a manterem seus animais de estimação dentro de casa. Em 2014, 2015 e 2016, os islamistas fizeram manifestações gritando palavras de ordem em apoio ao Hamas e ao Estado Islâmico.
A vida do dia a dia se tornou particularmente complicada para os 40.000 judeus que ainda vivem no país, distritos habitados há muito tempo por membros da comunidade judaica tornaram-se quase inteiramente muçulmanos. As autoridades recomendam aos judeus que se abstenham de ostentar qualquer “sinal visível” de judaísmo a fim de evitar “intranquilidade”. A delinquência muçulmana é alta, a percentagem de muçulmanos encarcerados, pelos mais diversos crimes, é notavelmente mais elevada do que a percentagem de muçulmanos na população. Seis por cento da população do país são muçulmanos e cerca de 20% de todos os presos são muçulmanos. Isso não é segredo para ninguém.
O único a abordar estes problemas é Geert Wilders. Líderes políticos holandeses e a maioria dos jornalistas aparentemente preferem afirmar que Geert Wilders é que é o problema, que se não fosse ele estes problemas não existiriam. Na melhor das hipóteses, eles proferem palavras confusas destinadas a mostrar força, na pior das hipóteses, eles dão as costas.
Grande percentagem da população holandesa está apreensiva, a constante demonização de Geert Wilders, ao que tudo indica, tem como objetivo doutrinar a população a se contentar com menos.
Há um ano o prefeito muçulmano de Londres Sadiq Khan declarou que “conviver com atentados terroristas é parte integrante da vida em uma cidade grande”. Não costumava ser assim. O prefeito muçulmano de Roterdã, Ahmed Abutaleb usou palavras mais duras, ele disse que os imigrantes têm que “respeitar a lei ou voltar para casa”.
No final de janeiro último, o primeiro-ministro em exercício Mark Rutte, publicou um anúncio de página inteira em vários jornais alertando os imigrantes a se “comportarem normalmente ou irem embora”, ele não usou a palavra “Islã”. Em 11 de março de 2017, quatro dias antes das eleições holandesas, Rutte decidiu mandar uma “dura mensagem” ao barrar ministros turcos a discursarem em Roterdã. Os eleitores que pensavam em apoiar Geert Wilders votaram no Partido Popular pela Liberdade e Democracia (VVD) de Rutte, assegurando assim uma vitória no último minuto. O partido de Wilders ficou em segundo lugar. O Partido da Liberdade (PVV) obteve cinco cadeiras a mais, mas terá apenas 20 das 150. O VVD de Rutte terá 33 cadeiras. O Partido Trabalhista, principal aliado de Rutte até 15 de março, despencou ficando com nove cadeiras, o pior desempenho da sua história. A esquerda, no entanto, não está recuando: GroenLinks, partido em grande parte composto por ex-comunistas e ambientalistas radicais obteve 14 cadeiras, 10 a mais do que anteriormente. O Partido Socialista conquistou 14 cadeiras. Os Democratas 66, o partido “social-liberal”, “progressista” e multicultural conquistou 19 cadeiras, quase tanto quanto o Partido da Liberdade.
O partido muçulmano Denk (“pensar em holandês, igualdade em turco”), obteve três cadeiras. O VNL, partido conservador fundado por dois ex-membros do Partido da Liberdade, sofreu uma derrota tão esmagadora que não chegou a conquistar nenhuma cadeira.
O próximo governo holandês será uma coalizão de quatro partidos, talvez cinco, e provavelmente com viés mais à esquerda do que os governos anteriores. Ele, com certeza, irá incluir os Democratas 66, podendo incluir o GroenLinks.
Nos próximos anos é líquido e certo que a situação no país irá se deteriorar. A taxa de fertilidade da Holanda (1,68 filhos por mulher) não é tão catastrófica quanto a da Alemanha, Itália ou Espanha, mas está muito abaixo da taxa de substituição populacional. A taxa de natalidade muçulmana é maior do que a não muçulmana. Dezenas de igrejas são fechadas a cada ano devido ao rápido declínio no número de cristãos praticantes, as igrejas estão sendo substituídas por mesquitas. Pregadores radicais continuam chegando e praticando o proselitismo, organizações islâmicas continuam recrutando. Em um relatório sobre a islamização da Holanda publicado há dez anos, Manfred Gerstenfeld ressaltou que a “resistência às forças radicais dentro da comunidade muçulmana holandesa é fraca”. Nada mudou desde então.
O que está acontecendo na Holanda é parecido com o que acontece na maioria dos países europeus. No Reino Unido, Bélgica, França, Alemanha e Suécia, o número de zonas proibidas cresce rapidamente. Distúrbios islâmicos ocorrem cada vez com mais frequência. Gangues étnicas estão cada vez mais violentas. A limpeza étnica está transformando os bairros. Os judeus estão deixando o país indo para Israel ou para a América do Norte. A população muçulmana está aumentando a olhos vistos. Mesquitas radicais estão proliferando. Organizações islâmicas estão por toda parte.
Os políticos que ousam falar como Geert Wilders são tratados da mesma maneira que ele: escarnido, marginalizado, processado.
A visão de mundo na Europa Ocidental já é hegemônica. Ela se baseia na concepção segundo a qual o mundo ocidental é culpado, que todas as culturas são iguais e que a cultura islâmica é “mais igual” do que a cultura ocidental porque o Islam foi, hipoteticamente, oprimido por tanto tempo pelo Ocidente. O que os adeptos deste ponto de vista, de que o Ocidente é culpado, “esquecem” é que o Islã oprimiu por muito tempo o Ocidente: os exércitos muçulmanos conquistaram a Pérsia, o Império Bizantino Cristão, o Norte da África e o Oriente Médio, a Espanha, a Grécia, a Hungria, a Sérvia e os Bálcãs e praticamente toda a Europa Oriental. Os exércitos muçulmanos eram uma ameaça constante até que as saqueadoras tropas otomanas foram finalmente repelidas nas Portas de Viena em 1683.
Esta visão europeia também abraça a ideia de que todos os conflitos podem ser resolvidos de maneira pacífica, que o apaziguamento é quase sempre a solução e que a Europa não tem inimigos.
Também se baseia na concepção segundo a qual uma elite esclarecida precisa ter o poder, porque se Adolf Hitler foi alçado ao poder via meios democráticos há oitenta anos, deixar que o povo decida livremente seu destino pode conduzir ao desastre.
O sonho parece ser o de um futuro utópico onde a pobreza será superada pelos sistemas de bem-estar social e a violência será derrotada pela mente aberta e pelo amor.
É esta visão de mundo que pode ter levado a chanceler alemã Angela Merkel a abrir as portas do país a mais de um milhão de migrantes muçulmanos, sem nenhum tipo de critério, apesar de uma onda de crimes cometidos por migrantes e um número crescente de estupros e ataques sexuais. O único candidato que pode vencer Angela Merkel nas eleições alemãs deste ano é o socialista Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu.
É praticamente certo que na França, Marine Le Pen, a única candidata que fala sobre o Islam e a imigração será derrotada por Emmanuel Macron, ex-ministro do governo de François Hollande – um homem que não vê nada em nenhum lugar. É esta visão de mundo que também parece ter levado a primeira-ministra britânica Theresa May a dizer que o ataque islâmico ocorrido em 22 de março em Westminster “não foi um ato de terrorismo islâmico”.
Esta visão romântica, utópica de mundo, também explica porque na Europa pessoas como Geert Wilders são vistas como a encarnação do mal, e o Islã radical é considerado um incômodo marginal sem nenhuma relação com a “religião da paz”. Enquanto isso, Wilders está condenado a viver sob proteção policial como se estivesse na cadeia, enquanto aqueles que querem matá-lo – e que ameaçam milhões de pessoas na Europa – estão soltos por aí livres e desimpedidos.
Esta visão juvenil encontra-se inserida de tal maneira nas mentes de milhões de europeus que será necessário um amadurecimento muito rápido para erradicá-la.

Dr. Guy Millière, professor da Universidade de Paris, é autor de 27 livros sobre a França e a Europa.

Tradução: Joseph Skilnik

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