terça-feira, 6 de junho de 2017

Ministros do TSE reagem e dizem que corte não se curvará à pressão de ‘antecipar juízo da Lava Jato’
Painel - FSP
A sorte está lançada O discurso do Planalto de que houve ofensiva para criar fatos novos e inflar a pressão sobre o TSE às vésperas do julgamento que pode cassar Michel Temer reverberou entre integrantes da corte. Essa ala diz ver uma tentativa de carimbar no desfecho do processo no tribunal o rótulo de “antecipação do juízo da Lava Jato” e diz que não vai entrar nesse jogo. Afirma que o objeto da ação está posto e que fatos externos, como a prisão de Rodrigo Rocha Loures, não vão interferir nos votos.
Banco de apostas As especulações em torno dos votos no julgamento da ação no TSE têm irritado ministros da corte. “Está parecendo uma republiqueta. Isso não se faz”, disse um magistrado. O ministro vê um movimento para constranger o tribunal.
Justiça cega Integrantes do TSE afirmam que o roteiro na televisão se resume a séries e filmes da Netflix. Eles dizem que têm evitado ler notícias e assistir a telejornais.
Imponderável Agora, a aposta na corte é que nenhum ministro deverá pedir vista. Mas defensores da cassação e também da absolvição admitem que, no momento em que se cristalizar uma tendência de resultado, o lado perdedor pode atuar para suspender o julgamento.
Líder O ministro que mais pede vistas é o relator do caso, Herman Benjamin. Ele passou esta segunda-feira (5) em casa, revisando seu voto.
Manda quem pode Depois do encontro de Michel Temer com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na sexta (2), o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli, desistiu de participar da reunião do diretório paulista do partido. Houve ordem foi para esvaziar o encontro.
Quem tem juízo O tucanato decidiu isolar o presidente da legenda em São Paulo, Pedro Tobias, e tratar sua posição sobre o desembarque do PSDB do governo como uma decisão monocrática, que não conta com o amparo de Alckmin, principal líder da sigla no Estado.
Plateia Artistas que defendem a queda de Michel Temer e a realização de eleição direta pedem um encontro com Rodrigo Janot. Farão um apelo para que ele concorra a um terceiro mandato com o discurso de que sua saída vai prejudicar a Lava Jato.
Legado Pessoas que costumam acompanhar de perto o trabalho de Rodrigo Janot na PGR acreditam que ele apresentará denúncia contra Michel Temer antes de 26 de junho, data em que termina a campanha dos candidatos à lista tríplice.
Vai ter luta O governo levanta material para construir um discurso contra Janot após a apresentação da denúncia. Diz, por exemplo, que ele adotou outro expediente quando era Dilma Rousseff quem estava na mira de delatores da Lava Jato.
Vai ter luta 2 Auxiliares do presidente afirmam que Janot pediu o arquivamento de investigação contra Dilma mesmo depois que cinco delatores afirmaram que a então presidente tinha conhecimento de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena.
Front A ideia é maximizar o discurso de que, em Brasília, a Lava Jato adota procedimentos pouco ortodoxos e politizados. Para legitimar a tese, o governo vai comparar resultados obtidos pelo núcleo curitibano da operação, com Deltan Dallagnol e o juiz Serio Moro à frente, com acordos conduzidos por Janot.
Vigiai Integrantes do Senado fizeram as contas nesta segunda (5) e disseram que, apesar da pressão do governo e das promessas de fidelidade, havia risco de a reforma trabalhista não ser aprovada esta semana, como quer o Palácio do Planalto.
Pá de cal A rejeição da medida poderia detonar uma ação agressiva do mercado financeiro contra Temer.

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