Danilo Verpa/Folhapress | ||
Vagas de emprego em mural no centro de São Paulo |
FSP
Decorridos quase três anos de deterioração, acumulam-se sinais de que o pior tenha ficado para trás no mercado de trabalho. Os dados mais recentes permitem antever uma lenta queda do desemprego, por ora ainda ancorada em contratos sem carteira assinada.
Segundo o IBGE, a taxa de desocupação caiu a 13% no trimestre concluído em junho, o equivalente a 13,5 milhões de pessoas —700 mil abaixo do recorde de março.
Tal progresso foi motivado, em especial, pelo crescimento do emprego informal e daquele por conta própria (que, em grande parte, se dá em circunstâncias precárias).
As duas modalidades respondem hoje por pouco mais de 33 milhões de vagas, ou 36,7% da população ocupada. De outro lado, o contingente de celetistas, de cifra semelhante, permanece em queda.
Tal dinâmica não chega a ser surpreendente. O trabalho com carteira assinada tende a seguir mais de perto a atividade econômica. A contração do consumo e do investimento, ainda por ser revertida, leva as empresas a demitir, lançando pessoas à informalidade.
Não deixa de ser boa notícia, de todo modo, que o mercado tenha voltado a contratar, mesmo em condições menos favoráveis. Esse é o primeiro passo rumo à recuperação, que, para ser sustentada, ainda depende do restabelecimento da confiança empresarial.
Os números também mostram leve, porém significativo, crescimento da renda. Na comparação com o mesmo período de 2016, o salário médio real (descontada a inflação) cresceu 3%. Ainda é pouco, decerto, e em parte decorrente da redução acentuada da inflação, mas nada desprezível.
Aos indicadores do emprego se somam outras evidências de que a economia encontrou o fundo do poço e começa a ensaiar uma tímida retomada. Depois da alta de 1% do PIB no primeiro trimestre, havia o temor de um novo recuo, reforçado pelo enfraquecimento do governo Michel Temer (PMDB).
Não se vê, ao menos até aqui, uma recaída recessiva. Mesmo com alguma retração na confiança de empresas e consumidores, houve alta das vendas e da produção ao longo do segundo trimestre. O crédito também dá sinais de vida.
Os mercados se mostram resistentes ao noticiário de Brasília. Contribuem para tanto fatores como a queda acentuada da inflação —que reforça a renda dos consumidores e favorece o corte dos juros— e a safra agrícola recorde, que trouxe alento ao interior do país.
Não se trata, porém, da superação da crise. No ambiente de enorme incerteza política, ainda não se vislumbra a volta de investimentos em larga escala, necessários para a queda sensível do desemprego.
Decorridos quase três anos de deterioração, acumulam-se sinais de que o pior tenha ficado para trás no mercado de trabalho. Os dados mais recentes permitem antever uma lenta queda do desemprego, por ora ainda ancorada em contratos sem carteira assinada.
Segundo o IBGE, a taxa de desocupação caiu a 13% no trimestre concluído em junho, o equivalente a 13,5 milhões de pessoas —700 mil abaixo do recorde de março.
Tal progresso foi motivado, em especial, pelo crescimento do emprego informal e daquele por conta própria (que, em grande parte, se dá em circunstâncias precárias).
As duas modalidades respondem hoje por pouco mais de 33 milhões de vagas, ou 36,7% da população ocupada. De outro lado, o contingente de celetistas, de cifra semelhante, permanece em queda.
Tal dinâmica não chega a ser surpreendente. O trabalho com carteira assinada tende a seguir mais de perto a atividade econômica. A contração do consumo e do investimento, ainda por ser revertida, leva as empresas a demitir, lançando pessoas à informalidade.
Não deixa de ser boa notícia, de todo modo, que o mercado tenha voltado a contratar, mesmo em condições menos favoráveis. Esse é o primeiro passo rumo à recuperação, que, para ser sustentada, ainda depende do restabelecimento da confiança empresarial.
Os números também mostram leve, porém significativo, crescimento da renda. Na comparação com o mesmo período de 2016, o salário médio real (descontada a inflação) cresceu 3%. Ainda é pouco, decerto, e em parte decorrente da redução acentuada da inflação, mas nada desprezível.
Aos indicadores do emprego se somam outras evidências de que a economia encontrou o fundo do poço e começa a ensaiar uma tímida retomada. Depois da alta de 1% do PIB no primeiro trimestre, havia o temor de um novo recuo, reforçado pelo enfraquecimento do governo Michel Temer (PMDB).
Não se vê, ao menos até aqui, uma recaída recessiva. Mesmo com alguma retração na confiança de empresas e consumidores, houve alta das vendas e da produção ao longo do segundo trimestre. O crédito também dá sinais de vida.
Os mercados se mostram resistentes ao noticiário de Brasília. Contribuem para tanto fatores como a queda acentuada da inflação —que reforça a renda dos consumidores e favorece o corte dos juros— e a safra agrícola recorde, que trouxe alento ao interior do país.
Não se trata, porém, da superação da crise. No ambiente de enorme incerteza política, ainda não se vislumbra a volta de investimentos em larga escala, necessários para a queda sensível do desemprego.