terça-feira, 18 de julho de 2017

Apesar de esforços de Temer, mais dois tucanos declaram voto contra presidente
Enquete mostra que 21 deputados do PSDB querem que denúncia seja analisada pelo STF 
Júnia Gama - O Globo
Apesar das investidas do presidente Michel Temer para distensionar a relação com o PSDB, novos deputados tucanos se posicionaram, na segunda-feira, a favor da denúncia contra o peemedebista. Agora, já são 21 deputados do PSDB declaradamente favoráveis às investigações contra o presidente, de uma bancada de 46 deputados. Outros 10 são contra, enquanto 15 se disseram indecisos ou não responderam à enquete realizada pelo GLOBO.
TERMÔMETRO DA DENÚNCIA: A intenção de votos dos deputados
Os mais recentes deputados tucanos a se declararem a favor da denúncia foram Pedro Vilela (PSDB-AL) e João Paulo Papa (PSDB-SP). Por outro lado, em partidos do chamado Centrão, Temer ganhou dois votos. Foram os dos deputados Herculano Passos (PSD-SP) e Takayama (PSC-PR).
A ofensiva lançada por Temer sobre o PSDB tem por objetivo aumentar sua margem de votos para tentar barrar a denúncia de que é alvo. Ao longo do fim de semana, o presidente ligou para ministros tucanos para abafar o incômodo provocado por especulações de que poderia tirá-los do cargo e ontem recebeu no Palácio do Planalto o ministro das Cidades, Bruno Araújo, que vinha sinalizando a possibilidade de pedir para deixar o governo. O discurso feito aos tucanos foi de pacificação, e os ministros foram avisados de que, ao menos antes de votada a denúncia em plenário, não há previsão de alterações no primeiro escalão.
Nas últimas semanas, tem se intensificado a pressão pelo desembarque do governo por parte de uma ala tucana, composta principalmente pelos chamados “cabeças pretas” e por alguns caciques do partido, como os senadores Tasso Jereissati (CE) e Cássio Cunha lima (PB). O PSDB votou, majoritariamente, contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), dando cinco votos a favor da denúncia, e apenas dois contra.
Após a votação na CCJ, integrantes do Centrão passaram a cobrar, de forma enfática, que os quatro ministérios hoje ocupados pelo PSDB sejam redistribuídos àqueles partidos que demonstraram fidelidade na comissão. Mas, o governo já sinalizou que pretende manter os tucanos nos cargos, ao menos até a votação da denúncia no plenário da Câmara, prevista para o dia 02 de agosto. Desta forma, Temer espera não perder mais votos entre os deputados do PSDB e escapar da denúncia.

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