sexta-feira, 7 de julho de 2017

Associação de procuradores vê risco de 'retrocesso indelével' com fim do grupo de trabalho da Lava-Jato
ANPR cobrou que a Polícia Federal mantenha 'o mesmo esforço e a mesma prioridade'
O Globo
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) afirmou ter recebido com "preocupação" a notícia do fim do grupo de trabalho da Lava-Jato na Polícia Federal em Curitiba. Para a associação, esse encerramento "pode representar um retrocesso indelével para a operação".
Em nota divulgada nesta quinta-feira, a ANPR destacou que, mesmo também sofrendo com restrições orçamentárias, o Ministério Público Federal aumentou as equipes dedicadas à Lava-Jato, e cobrou que a Polícia Federal, "como até hoje têm feito", mantenha "o mesmo esforço, e a mesma prioridade".
Os policiais federais que faziam parte do grupo de trabalho, e eram dedicados exclusivamente à operação, passarão a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor).
A Polícia Federal afirmou, em nota, que a medida vai "priorizar ainda mais" as investigações de maior potencial de dano aos cofres públicos, pois permite aumento do efetivo especializado em corrupção e lavagem de dinheiro e a troca de informações.
Os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato também criticaram a medida, afirmando que ela irá prejudicar as investigações e dificultar seu prosseguimento com a mesma eficiência que tiveram até aqui.
Já o coordenador da operação em Curitiba, delegado Igor Romário de Paula, negou que as mudanças na equipe tenham ocorrido por decisão de Brasília, com objetivo político ou que tenha sido um recado para segurar as investigações.

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