sábado, 10 de maio de 2008

Bertrand Russell (1872/1970) foi um grande intelectual britânico que escreveu sobre diversos assuntos (filosofia matemática, religião, economia, política, literatura, etc...)
Um texto que ele escreveu sobre educação joga algumas luzes sobre o papel do professor.
"AS FUNÇÕES DE UM PROFESSOR
(...) a função do professor não é meramente a de mitigar o ardor das controvérsias em curso na sua época.
Mais do que ninguém, os professores são os guardiões da civilização. Devem estar conscientes de que esta é e empenhados em comunicar aos seus alunos uma atitude civilizada de respeito para com ela (...)
Na maior parte dos países, há determinadas opiniões que são consideradas corretas e outras perigosas. Aos professores cujas opiniões são consideradas perigosas, é exigido silêncio. Se emitem suas opiniões, dir-se-á que estão a fazer propaganda.
(...) considera-se que faz parte de uma instrução sadia a referência a opiniões corretas.
Daqui resulta, com muita freqüência, que os jovens mais curiosos, se quiserem perceber aquilo que os espíritos mais vigorosos da sua própria época estão a ensinar, têm que ir procurá-los fora da escola. (...)"
Algo de muito estranho, mas não de todo inédito, está acontecendo com a educação em nossa sociedade. O fantasma do totalitarismo paira sobre nós.
OS JOVENS E A POLÍTICA
Bertrand Russell escreveu com propriedade sobre a educação da juventude e o preparo que ela recebe para exercer a política em seu país. A forma atual, segundo ele, é inadequada.
"(...) Ensina-se aos jovens uma espécie de cartilha acerca do modo como é suposto que os negócios públicos devam ser conduzidos, encobrindo cuidadosamente o modo como, de fato, eles são conduzidos.
Quando esses jovens crescem e descobrem a verdade, o que quase sempre acontece é que eles desenvolvem um completo cinismo no qual se perdem todos os ideais públicos.
Se a verdade tivesse lhes tivesse sido ensinada desde cedo, acompanhada de comentários adequados, esses jovens poderiam tornar-se homens capazes de combater males que, tal como as coisas são, lhes não merecem agora mais do que um complacente encolher de ombros.
(...) a única forma de evitar o totalitarismo, num mundo altamente organizado como o nosso, é garantir um certo grau de independência aos elementos que executam o trabalho público útil(...) Mas, no reino do espírito, torna-se cada vez mais difícil preservar a independência face às grandes forças organizadas que controlam a existência dos homens e das mulheres.
Se não quisermos que o mundo perca os benefícios que derivam da contribuição dos seus melhores espíritos, teremos que encontrar um método qualquer que lhes garanta margem de manobra e liberdade para além das forças organizadas.(...)
Caso contrário, o que há de melhor no homem acabará por ser esmagado."
Não permita que a CIVILIZAÇÃO seja destruída por aqueles que vêem a política apenas como um instrumento para a consecução de seus objetivos mais venais.
Comente com os seus amigos, pais e grupos de estudo.
Diga não à estalinização!

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