quinta-feira, 1 de maio de 2008

Leda e o Cisne W. B. Yeats Um baque súbito: um forte ruflar de asa sobre a jovem que oscila, a coxa lhe acarinha com a membrana escura, a nuca lhe atenaza, e o peito sobre o peito sem amparo aninha. Que podem suas mãos, vagas de horror, perante o emplumado esplendor que aparta as coxas dela que pode o corpo sob a sua alvura avassalante, senão sentir que o estranho coração martela... Um tremor dos quadris ali vem conceber a muralha fendida, a torre ardente a se queimar e o morto Agamemnon. Enquanto sob o impasse, enquanto a dominava o sangue bruto do ar, tomou o saber dele com o seu poder antes que o bico indiferente a abandonasse.

4 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

A CANÇÃO DO DELIRANTE AENGUS (1899)

Eu fui para uma floresta de nogueiras,
Porque minha mente estava inquieta,
Eu colhi e limpei algumas nozes,
E apanhei uma cereja, curvando o seu fino ramo;
E, quando as claras mariposas estavam voando,
Parecendo pequenas estrelas, flutuando erráticas,
Eu lancei framboesas, como gotas, em um riacho
E capturei uma pequena truta prateada.
Quando eu a coloquei no chão
E fui soprar para reativar as chamas,
Alguma coisa moveu-se e eu pude ouvir,
E, alguém me chamou pelo meu nome:
Apareceu-me uma jovem, brilhando suavemente
Com flores de maçãs nos cabelos
Ela me chamou pelo meu nome e correu
E desapareceu no ar, como um brilho mais forte.
Talvez eu esteja cansado de vagar em meus caminhos
Por tantas terras cheias de cavernas e colinas,
Eu vou encontrar o lugar para onde ela se foi,
E beijar seus lábios e segurar suas mãos;
Caminharemos entre coloridas folhagens,
E ficaremos juntos até o tempo do fim do tempo, colhendo
As prateadas maçãs da lua,
As douradas maçãs do sol.

Anônimo disse...

UM MANTO

Fiz para minha canção um manto
Coberto de bordados
De velhas mitologias
Desde os pés até o pescoço;
Mas os tolos o tomaram,
Usando-o aos olhos do mundo
Como se o tivessem feito,
Canção, deixa-o com eles,
Pois há maior proeza
Em andares nua.

Anônimo disse...

Algo mais, professor, que gostei de W. B. Yeats.

To adorando seu blog professor!

beijos*