sexta-feira, 30 de maio de 2008

"É então que aquele pária das próprias ilusões, o encarcerado que ninguém visita, gruda-se às grades como a parasita ao fim das estações e, a sós com os nevoeiros, se limita a desfolhar visões. Não tendo a quem contar que necessita, Senhor, do que pões fora de mão segundo a Tua escrita e amarga disciplina, aos encontrões contra si mesmo desenlaça a fita mais puída da névoa e espalha as confissões. Pobre infeliz! Nunca tem mais que a bruma e, aflita, só entre assombrações sua alma pavoneia-se, torna-se gralha, imita os gritos do pavão ciscando entre os pinhões. Se um som assim te irrita, leitor, fecha este livro e vai ouvir canções..." Bruno Tolentino

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