19/07/2008
Noite. As coisas são mesmo engraçadas... Ursula arranjou novas amizades (da idade dela, pelo menos) e decidiu fazer uma festinha... aqui!
Tento manter o ritmo. Para quem não queria nem falar, tá difícil.
Oito horas e eles começam a chegar: cada um trazia sua bebida, fumo, comprimidos e um monte de coisas, que tremo até de pensar.
A Ursula ficou o tempo todo ao meu lado. Rolavam cd's que eu trouxe comigo e cd's dela.
Num certo momento colocaram um cd da Patti Smith. Aí a loucura foi geral: as meninas começaram a dançar no ritmo frenético de Free Money, mas a catarse total veio com Horses;
a minha menina cantava, quase esgoelava "horses, horses, horses..." Dançava, rebolando suas ancas metidas numa bermuda jeans esfarrapada e um top amarelinho, sem absolutamente nada por baixo!Dançava e dançava, como um animal, e isso era muito sensual. Passado um tempo, chegou um casal e trouxeram dois violões. Um desses de estudante, o outro já era uma coisa mais fina.
Começava a sessão do canta essa, canta aquela, canta aquela outra...Chegou a minha vez: todos olharam para o tiozinho latino e esperaram alguma coisa de mim, um pobre diabo. Respirei fundo, peguei o violão e toquei "Canteiros":
"Quando penso em você
fecho os olhos de saudade
tenho tido muita coisa
menos a felicidade
correm os meus dedos longos
em versos tristes que invento
nem aquilo a que me entrego
já me dá contentamento."
Não entenderam muita coisa, mas era e é aquilo que eu sinto agora. Gostaram da coisa e, embalado por Jose Cuervo, engatei num Neil Young: "Cortez, the killer". Não muuuito sóbrios, resolvemosm ir para o alpendre, apesar do vento frio e, sendo aqui, verão.
Tinha me prometido nunca mais pegar um violão ou guitarra, mas quando chegar aí vou trazer as minhas guitarras e meus amplificadores, de novo. A história recomeça...
O sol quase já aparecendo e eles resolveram, TODOS, dormir aqui.
Para escapar de qualquer almôndega fora de época me tranquei com a menina no meu quarto e dormi profundamente.