sábado, 19 de fevereiro de 2011

Declínio - o abandono dos ideais.

IDEAL: é a síntese em que se fundem, numa só forma e numa só energia, a ideia do sentido da vida e a do preço de sua realização - diz-se que um homem tem um ideal quando ele sabe em qual direção tem de ir para tornar-se aquilo que almeja, e quando está firmemente decidido a ir nessa direção.
Quando as palavras saem de moda, as coisas que elas designam ficam boiando no abismo dos mistérios sem nome, e como tudo o que é misterioso e inexprimível oprime e atemoriza o coração humano com uma sensação de cerceamento e impotência, é natural que a atenção acabe por se desviar desses tópicos nebulosos e constrangedores. Pois o que desaparece do vocabulário logo acaba por desaparecer da consciência: o que não tem nome não é pensável, o que não é pensável não existe - tal é a metafísica dos avestruzes.
Só que a coisa desprovida do direito à existência continua a existir numa espécie de extramundo, inominada e inominável, tanto mais ativa quanto mais secreta, tanto mais temível quanto mais envolta nas pompas tenebrosas do nada. A restrição do vocabulário povoa o mundo de temores e presságios.

Nenhum comentário: