domingo, 7 de outubro de 2012

O BRASIL É ASSIM: O 3G NEM FUNCIONA DIREITO E QUEREM IMPLANTAR O 4G COM AQUELE SERVIÇO PORCO DE SEMPRE

Sem velocidade, rede 4G preocupa
A 7 meses do início do serviço, operadoras ainda não assinaram contratos com fabricantes
RIO — A implementação da rede 4G se tornou uma verdadeira corrida contra o tempo. A menos de sete meses da obrigatoriedade de ter os serviços em seis cidades do país, as operadoras de telefonia móvel sequer assinaram os contratos com os fornecedores de equipamentos. Os fabricantes de infraestrutura, que investem em conteúdo local para atender às exigências do governo, ainda estudam como será desenvolvida uma tecnologia genuinamente nacional.
Até o governo está atrasado, dizem os especialistas do setor. A lista de pendências inclui o compartilhamento de redes das teles, essencial para impulsionar a cobertura de 4G, e a criação de uma legislação federal para a instalação de novas antenas. É nesse cenário que as operadoras têm até abril de 2013 para cobrir 50% da área urbana das cidades que vão sediar a Copa das Confederações. Até 2014, 50% dos equipamentos comprados têm de ser produzidos no país; e outros10% devem conter tecnologia brasileira.
A rede 4G confere internet móvel com velocidade acima de quatro megabits por segundo. Na rede 3G, a velocidade não chega a um mega. Especialistas lembram que essa nova tecnologia é cheia de desafios, pois sua frequência, por ser alta, de 2,5 gigahertz (GHz), tem alcance menor. Com isso, será preciso dobrar o número de sites (local que reúne equipamentos como radiobases, antenas e torre). Dessa forma, as teles devem investir R$ 4 bilhões só em rede.
Um levantamento feito pela Nokia Siemens revela que até 2013 serão necessários 16 mil sites equipados com radiobases 4G. Desse total, até 3,2 mil sites terão de ser construídos.
— As teles tentam reduzir os valores dos contratos e encurtar os prazos de entrega com os fabricantes. Das grandes operadoras, uma está muito atrasada — lamenta um executivo do setor.
Frequências diferentes preocupam
Entre os fabricantes, os investimentos começam a ser feitos. A Nokia Siemens, que destinou até US$ 5 milhões para montar uma linha de produção no Brasil em parceria com a Flextronics, pretende iniciar a produção de suas radiobases 4G em cinco semanas. Esses equipamentos ainda vão permitir o acesso às redes 2G e 3G.
— É a primeira linha de montagem no país, mas existe a necessidade de se desenvolver uma indústria de componentes no Brasil. Todos (as operadoras) estão se movimentando — diz Fernando Carvalho, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Nokia Siemens Networks.
A Ericsson já começou a produzir suas radiobases 4G. Mas Lourenço Coelho, vice-presidente de Estratégia para América Latina da empresa, lembra que o maior risco é capacidade da rede. Ele lembra que as teles vão usar os sites de 2G e 3G para instalar o 4G.
— Em 2014, a necessidade de conexão será maior que na África do Sul na Copa de 2010. Muitas pessoas vão usar vídeos. A rede tem de estar forte. O risco de colapso é real.
Erasmo Rojas, diretor da 4G Americas para a América Latina, ressalta a necessidade de se elevar os investimentos na rede HSPA+ (uma 3G turbinada), cuja frequência é a mesma no mundo:
— Os turistas chegarão ao Brasil para os jogos com celulares 4G de diferentes frequências, e não vão funcionar. As teles terão que pensar em soluções para o problema, fortalecendo a rede HSPA+.
Apesar do calendário, cada vez mais apertado, consumidores estão otimistas com a nova tecnologia. Por causa do trabalho, a escritora Siluandra Scheffer usa dois smartphones:
— E nem sempre tem internet. Quando mais preciso, fico na mão. Espero que o 4G seja bem mais rápido.

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