sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Palestinos tentam barrar nomeado israelense à embaixada no Brasil
FSP
O esforço para impedir a nomeação tem se concentrado, segundo um aliado do embaixador da Palestina, em Ramallah, onde integrantes do governo palestino têm conversado com a representação brasileira.
Desde agosto, o governo brasileiro ignora a indicação do argentino naturalizado israelense, 60, como o embaixador designado por Israel. O motivo seria o fato de Dayan ter presidido, de 2007 e 2013, o Conselho Yesha, que representa 500 mil colonos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
O Brasil se opõe à existência de assentamentos israelenses na Cisjordânia.
Simpático à causa palestina, o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) reuniu-se com a embaixadora Ligia Maria Scherer, diretora do Departamento do Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, e pediu que o governo brasileiro não conceda o agrément (autorização para o representante estrangeiro atuar no país).
Olivier Fitoussi/Associated Press
In this Dec. 21, 2009 photo, former Chairman of the Yesha Council Dani Dayan, speaks, during a meeting at the Knesset, Israel's parliament in Jerusalem. In a landmark test case for Israel, the appointment of Dayan as its next ambassador to Brazil is suddenly in trouble due to his ties to the West Bank settlement movement. Brazil has reportedly expressed objections to the appointment of Dayan, raising questions about when or even if he will take up the post. The affair has threatened to embarrass Prime Minister Benjamin Netanyahu, who chose Dayan for the job, and reflects growing international impatience over continued Israeli settlement construction on occupied lands claimed by the Palestinians. (AP Photo/Olivier Fitoussi) ORG XMIT: SEB801
Dani Dayan, apontado por Israel como o próximo embaixador no Brasil
Em setembro, um grupo de 56 deputados federais entregou petição ao atual embaixador israelense, Reda Mansour, para que o governo de seu país designe outra pessoa para o posto.
O governo brasileiro pretende segurar a nomeação do novo embaixador de Israel no Brasil até que o governo israelense troque a indicação.
Em conversa pelo telefone, o ministro israelense de Defesa, Moshe Ya'alon, chegou a tentar convencer o ministro brasileiro da Casa Civil, Jaques Wagner, a aceitar Dani Dayan.
Os argumentos, no entanto, não convenceram o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, que, segundo assessores e auxiliares da presidente Dilma Rousseff, "colocou o pé firme" na questão.
A protelação da decisão é vista como prejudicial ao Brasil entre alguns setores, como o militar, segundo apurou a Folha.
A avaliação é de que a nomeação criaria um mal-estar internacional e poderia ser criticada por entidades mundiais.
A tendência é de que o governo brasileiro não tente negociar a troca do nome, para evitar que o movimento seja entendido pelo governo israelense como uma tentativa de interferência em uma decisão que cabe apenas ao país do Oriente Médio. 

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