domingo, 26 de fevereiro de 2017

Com aumento das mensalidades, a 'fiesta' do Fies continua
Estudantes entram na porta da Unip, Vergueiro, na abertura dos portões para a prova do Enem
Estudantes entram em universidade de SP para a prova do Enem, usada como critério do Fies - Joel Silva - 6.nov.2016/Folhapress
Elio Gaspari - FSP
Um estudo da gestora de investimentos Squadra informa que prossegue a farra dos aumentos de anuidades de faculdades privadas aninhadas às tetas do Fundo de Financiamento Estudantil, o Fies: "Através do portal de acesso à informação do governo federal, já conseguimos identificar aumentos de dois dígitos para alunos Fies de alguns importantes grupos educacionais. Desconhecemos, no cenário atual da economia brasileira, indústria que esteja conseguindo repassar preços a seus clientes nessa magnitude, sob condições normais de mercado".
(Aumentar essas anuidades é sopa, pois na maioria dos casos quem paga a tarifa cheia é a Viúva, que já investiu R$ 55 bilhões no Fies e arrosta um índice de inadimplência de 43%.)
O Ministério da Educação diz que reformulará o Fies, mas até hoje não disse como. Reformulações desse tipo, cabaladas no escurinho da Esplanada, acabam em desastre.
O mercado do ensino superior privado brasileiro não aconselha leviandades. No gênero, ele hoje é o setor mais valioso do mundo, mas isso se deve em muito à farra da concessão de bolsas. Assim como na Petrobras do comissariado, no MEC do Fies há burocratas e empresários com bons e maus propósitos. Todos estão em cima do mesmo barril da pólvora. A Kroton, líder do mercado brasileiro, é a maior do mundo, com uma rentabilidade superior à da Ambev e da Natura.

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