Tucano pede R$ 2 milhões a Joesley e diz que é para pagar despesas com advogado; dinheiro foi rastreado
Parece uma bolsa qualquer? Não é. Ela dispõe de chip (Reprodução)
Segundo o que vazou de gravações feitas
por Joesley Bastista, o tucano ligou ao empresário pedindo R$ 2 milhões
em dinheiro vivo, recursos que seriam destinados a Alberto Toron, um de
seus advogados.
As forças de investigação dizem que tal
dinheiro jamais chegou a Toron. Estava tudo rastreado. Havia chips nas
mochilas, e as notas estavam numeradas.
Os recursos, segundo os órgãos de
investigação, teriam sido depositado na conta de Tapera Participações
Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo Perrella, filho do senador
Zeze Perrella (PMDB-MG).
Publicaram-se trechos da conversa entre Aécio e Joesley.
Depois de pedir o dinheiro, o senador teria ouvido a seguinte proposta do empresário:
“Se for você a pegar em mãos, vou eu
mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando
alguém da minha confiança.”
Aécio, então, teria designado um intermediário nestes termos:
“Tem que ser um que a gente mata ele
antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o
Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me
dar uma ajuda do caralho”.
Aécio não é, que se saiba, um homicida.
Obviamente, está fazendo uma piada — e bastante adequada a estes tempos,
em que todos delatam todo mundo.
Em nota, o senador afirmou que não cometeu nenhuma irregularidade, mas é claro que a situação azedou.
Ainda vamos falar aqui do assunto. Um
parlamentar não pode ser preso a não ser em flagrante. Uma flagrância
armada contra o ex-senador Delcídio do Amaral, no entanto, o conduziu à
cadeia com apoio unânime do Supremo. Notem que não entro no mérito da
qualidade da acusação.
No caso de Aécio, o que vazou até agora não caracteriza exatamente que crime teria cometido.
Não é proibido receber dinheiro vivo de
ninguém. Não se deve fazê-lo, mas não é crime nem mesmo mentir sobre a
motivação de um dinheiro que se pede a um ente privado — a menos que, no
caso do político, haja contrapartida.
Nota-se que a operação é organizada para provar o maior dano possível à imagem de Aécio.
Reitero: com o que se tem, um eventual
pedido de prisão é injustificado. Mas vai saber o que mais se esconde
nas dobras do Ministério Púbico Federal.
Vivemos dias espantosos.
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