quarta-feira, 21 de junho de 2017

O real proprietário do tríplex era Lula, reafirma Léo Pinheiro à Justiça

Danilo Verpa - 05.set.2016 /Folhapress
SAO PAULO - SP - 05.09.2016 - Leo Pinheiro (OAS) chega a sede da PF por conducao coercitiva (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, PODER) ORG XMIT: LAVA-JATO
Léo Pinheiro, sócio da OAS, ao entrar na sede da PF em São Paulo para prestar depoimento
Em alegações finais à Justiça, a defesa do empresário Léo Pinheiro, sócio da construtora OAS, voltou a afirmar que "o real proprietário do tríplex [no Guarujá] era o ex-presidente Lula".
O documento, entregue nesta terça (20) ao juiz Sergio Moro, corrobora o depoimento de Pinheiro já prestado na ação na qual Lula é acusado de ter se beneficiado de vantagens indevidas na compra e reforma do apartamento.
A defesa ainda afirma que as provas apresentadas por Pinheiro, como agendas de encontros com Lula e registros telefônicos, demonstram "um perfeito encadeamento lógico e fático".
Para os advogados, as versões de Lula sobre as conversas que mantinha com Pinheiro -o ex-presidente nega que tenha conversado com o empreiteiro sobre o apartamento- não são "críveis".
Segundo o documento, todas as reformas feitas no imóvel atendiam a pedidos de Lula, e o empreiteiro foi orientado a encobrir a real propriedade do apartamento. Os valores gastos pela OAS no tríplex, de acordo com a defesa, foram "descontados da propina a ser paga ao PT por força das obras da Petrobras".
A defesa de Pinheiro pede que seja reconhecida a relevância da colaboração do empreiteiro na ação -ele negocia uma delação premiada com a Lava Jato, mas, mesmo sem acordo, admitiu os crimes espontaneamente a Moro.
Nesta terça (20), termina o prazo para que as defesas se manifestem sobre a acusação do tríplex. Em seguida, o juiz Sergio Moro já pode proferir sua sentença.
OUTRO LADO
A defesa de Lula, em entrevista concedida nesta terça (20), sustentou que a OAS não tinha como ceder a propriedade ou prometer a posse ao ex-presidente, o que invalidaria a acusação do Ministério Público Federal.
O advogado Cristiano Zanin Martins fez um histórico da documentação do imóvel e afirma que a empreiteira transferiu os direitos econômicos e financeiros a partir de 2010 para um fundo gerido pela Caixa Econômica.

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