Reinaldo Azevedo - VEJA
Ah, sim!
Um dos
assuntos da conversa, fora da agenda de ambos, do ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, com Rodrigo Janot, procurador-geral da República,
teria sido a segurança pessoal do chefe do Ministério Público.
O ministro
disse a Janot que a área de Inteligência do governo — que oximoro
delicioso esse! — teria detectado que cresceu a ameaça à sua segurança.
Que coisa,
né? Isso não poderia ter sido dito por telefone ou por ofício? Cardozo
não foi a Janot para levar essa grave informação: Janot é que foi ao
gabinete de Cardozo.
Mais: como
não é uma questão privada — afinal, trata-se de ameaça à integridade do
procurador-geral —, reza o bom senso que isso deveria ter sido tratado
publicamente, não num encontro que pretendia ser secreto.
“Ah,
informação dessa natureza não pode ser tornada pública.” Não??? E como é
que ela vazou agora? Só se conhece o conteúdo de uma conversa secreta
entre duas pessoas se ao menos uma delas sair falando por aí.
A propósito: no encontro com Cardozo, Janot voltou a dar graças a Deus por não ter encontrado nada contra Lula e Dilma?
A comédia involuntária brasileira é bem mais grave do que nossas eventuais tragédias.
Entendi, a
exemplo do robô de “Perdidos no Espaço” (como já sou antigo), Cardozo
chamou Janot para dizer: “Perigo, perigo, perigo…”.
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