Caixa de Pandora
Senador do DEM diz que Agnelo agiu de maneira criminosa
Reportagem de VEJA mostra que governador do DF teve participação no escândalo da Caixa de Pandora, que culminou na prisão do ex-governador José Roberto Arruda em 2010
Veja
O delegado aposentado Durval Barbosa delatou, em 2010, o esquema de corrupção que ficou conhecido como "mensalão do DEM". As imagens e informações que ele apresentou provocaram a prisão do então governador de Brasília José Roberto Arruda, a renúncia do vice-governador Paulo Octávio e a cassação de vários parlamentares. Em reportagem de VEJA desta semana, Durval revela um lado até agora desconhecido do escândalo: o envolvimento de petistas importantes na preparação das denúncias - obedecendo à agenda eleitoral do partido.
Em entrevista à revista, Barbosa diz que o atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, teve acesso antecipado a áudios e vídeos que comprometiam seus adversários políticos na disputa pelo governo de Brasília. Segundo o delegado, o governador recebeu uma amostra do material e afirmou que envolveria a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal nas investigações.
Procurado por VEJA, Agnelo disse que se limitou a assistir aos vídeos. Durval Babosa, no entanto, conta uma versão diferente. Segundo ele, foram entregues a Agnelo dois CDs com áudio de funcionários do então vice-governador Paulo Octávio negociando benefícios a empresários em troca de propina.
Para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) a situação de Agnelo Queiroz se complica com as revelações de Durval Barbosa. “Fica evidente que ele manobrou tendo em vista o benefício próprio", diz Torres. “A participação do petismo na divulgação do material que derrubou Arruda dá um novo caráter político àqueles acontecimentos. A meu ver, fica difícil para Agnelo se sustentar no cargo.”
Na reportagem, Durval Barbosa sugere ainda que José Antônio Dias Toffoli, ex-advogado de campanhas petistas, ex-advogado geral da União e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, também teve acesso antecipado ao material que incriminava o DEM - e que logo em seguida a Procuradoria da República entrou no caso.
Toffoli negou à revista que houvesse recebido gravações enviadas para o ex-delegado. Para o senador Demóstenes Torres, esses fatos são de comprovação mais difícil. “Em relação ao ministro Toffoli, no momento não há nada a discorrer”, afirmou.
Ainda segundo o senador democrata, a Procuradoria-Geral da República deve investigar o caso. Arruda era filiado ao DEM quando o escândalo veio à tona. Foi expulso do partido. Para Torres, as novas denúncias não isentam o ex-governador de culpa, mas revelam que o PT também se sujou no caso.
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