Reuters - Ana Flor e Maria Carolina Marcello
Depois de um 2012 ruim para a economia brasileira, a presidente Dilma Rousseff aproveitou encontro com jornalistas nesta quinta-feira para tentar passar otimismo quanto às perspectivas de crescimento em 2013, reforçando seu compromisso com a redução de impostos e aumento de investimentos em infraestrutura.
Em um ano que a economia deve crescer apenas cerca de 1 por cento, segundo estimativas do mercado, a presidente comemorou a queda na taxa de juros e insistiu que o governo criou o ambiente de estabilidade necessário para que investimentos sejam feitos, instando o setor privado a participar de financiamentos de longo prazo, para que o peso não recaia apenas sobre o estatal BNDES.
"Nós precisamos que os nossos bancos privados participem dos processos de financiamento de longo prazo e não apenas o BNDES", disse ela ao longo de mais de uma hora de conversa no Palácio do Planalto, num encontro tradicionalmente realizado uma vez ao ano entre presidente e jornalistas.
O foco para 2013, ano em que Dilma disse esperar que o crescimento da economia "seja o maior possível", é aprofundar mudanças em uma estrutura tributária "mais racional" e investimentos pesados em infraestrutura, mantendo a inflação e as contas públicas sob controle.
"Agora tem de virar uma obsessão do país investir em infraestrutura", disse ela, afirmando que o governo não pode escolher apenas uma área para direcionar os investimentos.
"Todas as escolhas são de Sofia, porque energia, estrada, tudo isso é essencial. Ferrovias, aeroportos e portos (também)", disse ela sobre as prioridades e dizendo que não é possível transformar a infraestrutura em apenas um ano.
Segundo Dilma, o governo já estuda mudanças em impostos como o PIS/Cofins e a redução do ICMS, inclusive com negociação com os Estados, que receberão "compensações" pelas perdas tributárias, reclamadas por eles.
"O Brasil precisa de uma estrutura tributária mais racional, para ter estas condições de competição internacional", afirmou, citando a negociação para o fim da chamada guerra dos portos entre Estados como modelo de sucesso.
RISCO "RIDÍCULO"
A presidente passou mais de 30 minutos falando sobre o setor de energia, área que já comandou quando esteve à frente do Ministério das Minas e Energia, e que tem sofrido com blecautes. Para Dilma, não se trata de um novo "apagão" do setor, mas sim "interrupção de energia".
"Acho ridículo dizer que o Brasil corre risco de racionamento de energia", afirmou.
Segundo a presidente, o país vive hoje uma situação muito diferente de 2001 e 2002, quando houve racionamento no final do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e há recursos suficientes para se investir tanto em novos pontos de transmissão quanto na renovação das redes.
Exaltada do tratar do assunto, Dilma mostrou um mapa com a incidência de raios no país e negou que eles sejam culpados pelas quedas de transmissão de energia. Para ela, isso ocorre por erros humanos, e neles incluiu até mesmo a falta de renovação dos equipamentos.
"O setor elétrico, tanto no que se refere à distribuição e a transmissão tem que ser implacável com interrupções, de que tamanho for, porque a gente não pode aceitar conviver com isso", disse Dilma.
ORÇAMENTO E CONGRESSO
Dilma lamentou a não aprovação do Orçamento de 2013 pelo Congresso e disse esperar que ele seja votado já em fevereiro, quando o Legislativo retoma suas atividades.
Para evitar interrupções no ritmo de investimentos, ela anunciou uma medida provisória que permite que o governo gaste um terço dos investimentos previstos no Orçamento aprovado na comissão mista do Congresso.
Ela negou que haja dificuldades com o Legislativo e disse que um presidente ter derrotas no Congresso é "inexorável".
"Eu assumo as consequencias de uma coisa que é a regra do jogo... é inexorável para um presidente perder votações", afirmou.
Ela pediu ainda cautela ao Congresso na avaliação dos cerca de três mil vetos que estão na Casa há mais de dez anos e que devem ser votados em breve, já que, se derrubados, poderiam impactar as contas públicas por autorizar gastos.
A perspectiva de apreciação desses milhares de vetos pelo Congresso surgiu com o interesse das bancadas dos Estados não produtores de petróleo derrubarem veto da presidente à nova regra de distribuição de royalties da commodity.
PREVISÃO "ENGRAÇADINHA"
Ao final do café, a presidente foi perguntada sobre uma charge publicada em blog do jornal "Financial Times", que brincou com o baixo crescimento do Brasil retratando Dilma como uma rena que puxa um trenó natalino e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como um elfo que prevê crescimento maior do PIB brasileiro para 2013.
"Não me incomodei, a rena é engraçadinha", brincou Dilma, avisando que apesar das críticas internacionais a Mantega --a revista Britânica The Economist havia pedido sua demissão--, ele fica no governo.
"Tem hora que não podem querer que todos gostem da gente... Acontece que eu não quero (a saída do ministro). Posto que sou eu que decido, o Mantega não tem a menor hipótese de sair do meu governo, a não ser que ele queira", afirmou.
Em um ano que a economia deve crescer apenas cerca de 1 por cento, segundo estimativas do mercado, a presidente comemorou a queda na taxa de juros e insistiu que o governo criou o ambiente de estabilidade necessário para que investimentos sejam feitos, instando o setor privado a participar de financiamentos de longo prazo, para que o peso não recaia apenas sobre o estatal BNDES.
"Nós precisamos que os nossos bancos privados participem dos processos de financiamento de longo prazo e não apenas o BNDES", disse ela ao longo de mais de uma hora de conversa no Palácio do Planalto, num encontro tradicionalmente realizado uma vez ao ano entre presidente e jornalistas.
O foco para 2013, ano em que Dilma disse esperar que o crescimento da economia "seja o maior possível", é aprofundar mudanças em uma estrutura tributária "mais racional" e investimentos pesados em infraestrutura, mantendo a inflação e as contas públicas sob controle.
"Agora tem de virar uma obsessão do país investir em infraestrutura", disse ela, afirmando que o governo não pode escolher apenas uma área para direcionar os investimentos.
"Todas as escolhas são de Sofia, porque energia, estrada, tudo isso é essencial. Ferrovias, aeroportos e portos (também)", disse ela sobre as prioridades e dizendo que não é possível transformar a infraestrutura em apenas um ano.
Segundo Dilma, o governo já estuda mudanças em impostos como o PIS/Cofins e a redução do ICMS, inclusive com negociação com os Estados, que receberão "compensações" pelas perdas tributárias, reclamadas por eles.
"O Brasil precisa de uma estrutura tributária mais racional, para ter estas condições de competição internacional", afirmou, citando a negociação para o fim da chamada guerra dos portos entre Estados como modelo de sucesso.
RISCO "RIDÍCULO"
A presidente passou mais de 30 minutos falando sobre o setor de energia, área que já comandou quando esteve à frente do Ministério das Minas e Energia, e que tem sofrido com blecautes. Para Dilma, não se trata de um novo "apagão" do setor, mas sim "interrupção de energia".
"Acho ridículo dizer que o Brasil corre risco de racionamento de energia", afirmou.
Segundo a presidente, o país vive hoje uma situação muito diferente de 2001 e 2002, quando houve racionamento no final do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e há recursos suficientes para se investir tanto em novos pontos de transmissão quanto na renovação das redes.
Exaltada do tratar do assunto, Dilma mostrou um mapa com a incidência de raios no país e negou que eles sejam culpados pelas quedas de transmissão de energia. Para ela, isso ocorre por erros humanos, e neles incluiu até mesmo a falta de renovação dos equipamentos.
"O setor elétrico, tanto no que se refere à distribuição e a transmissão tem que ser implacável com interrupções, de que tamanho for, porque a gente não pode aceitar conviver com isso", disse Dilma.
ORÇAMENTO E CONGRESSO
Dilma lamentou a não aprovação do Orçamento de 2013 pelo Congresso e disse esperar que ele seja votado já em fevereiro, quando o Legislativo retoma suas atividades.
Para evitar interrupções no ritmo de investimentos, ela anunciou uma medida provisória que permite que o governo gaste um terço dos investimentos previstos no Orçamento aprovado na comissão mista do Congresso.
Ela negou que haja dificuldades com o Legislativo e disse que um presidente ter derrotas no Congresso é "inexorável".
"Eu assumo as consequencias de uma coisa que é a regra do jogo... é inexorável para um presidente perder votações", afirmou.
Ela pediu ainda cautela ao Congresso na avaliação dos cerca de três mil vetos que estão na Casa há mais de dez anos e que devem ser votados em breve, já que, se derrubados, poderiam impactar as contas públicas por autorizar gastos.
A perspectiva de apreciação desses milhares de vetos pelo Congresso surgiu com o interesse das bancadas dos Estados não produtores de petróleo derrubarem veto da presidente à nova regra de distribuição de royalties da commodity.
PREVISÃO "ENGRAÇADINHA"
Ao final do café, a presidente foi perguntada sobre uma charge publicada em blog do jornal "Financial Times", que brincou com o baixo crescimento do Brasil retratando Dilma como uma rena que puxa um trenó natalino e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como um elfo que prevê crescimento maior do PIB brasileiro para 2013.
"Não me incomodei, a rena é engraçadinha", brincou Dilma, avisando que apesar das críticas internacionais a Mantega --a revista Britânica The Economist havia pedido sua demissão--, ele fica no governo.
"Tem hora que não podem querer que todos gostem da gente... Acontece que eu não quero (a saída do ministro). Posto que sou eu que decido, o Mantega não tem a menor hipótese de sair do meu governo, a não ser que ele queira", afirmou.
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