La conversación entre los dedos y la piel de outra persona. Este es el debate más importante que se puede tener.
Denise Chrispim Marin - O Estado de S. Paulo
Apesar das divergências, conexão entre as duas economias continuará elevadaVista de Pequim: China é o maior consumidor mundial de energia desde 2009Denise Chrispim Marin/EstadãoPEQUIM - A China vai superar os Estados Unidos como maior economia do mundo a partir de 2019. Nas estimativas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês alcançará US$ 22,4 trilhões, medido pela paridade de poder de compra (PPP), e será US$ 300 bilhões maior do que o americano. Cálculo da Moody’s divulgado em maio, e que usa os mesmos critérios, espera que a liderança chinesa ocorra em prazo mais curto, até o fim de 2014.
A China, porém, tem inquestionável importância em Washington. Graças a seu volume de reservas, tornou-se o maior comprador de títulos do Tesouro dos EUA. Até outubro, tinha US$ 1,3 trilhão desses papéis. Com isso, permitiu o financiamento do déficit público americano e a política de juros próximos a zero. O comércio bilateral, motivado pela demanda aquecida na América até a crise de 2008, cresceu de US$ 5 bilhões, em 1980, para US$ 536 bilhões, em 2012.
Em 2013, os EUA registraram déficit de US$ 318,4 bilhões no comércio bilateral. No primeiro trimestre deste ano, somaram US$ 69,1 bilhões. Segundo o Congressional Research Service, de Washington, a mudança do eixo da economia chinesa da exportação para o consumo deverá abrandar esse déficit. Como a demanda da China por alimentos vai crescer, os EUA esperam ajuste no câmbio do yuan e redução de tarifas de importação.
Em busca de custos menores de produção, companhias americanas hoje mantêm de US$ 50 bilhões a US$ 70 bilhões na China, sobretudo em setores intensivos em mão de obra. Mas tendem a frear esse fluxo por causa do aumento dos salários e do transporte marítimo. A mão contrária surgiu nos últimos anos. O investimento produtivo chinês nos EUA saltou de US$ 1,9 bilhão, em 2007, para US$ 17,1 bilhões, em 2012.
Energia. Um dos pontos críticos entre Washington e Pequim é a energia. Enquanto os EUA estão relativamente confortáveis graças à exploração de gás e óleo de xisto, a China continua em busca de fontes para alavancar seu crescimento.
O país é o maior consumidor mundial de energia desde 2009, e vai demandar 70% mais energia do que os EUA em 2035. Vem construindo cidades verdes, apostando em fontes renováveis e investindo em grandes projetos, como o parque eólico de Guam e a hidrelétrica de Três Gargantas.
China e EUA assinaram acordo de cooperação técnica para exploração do gás e óleo de xisto em 2013. Os chineses vivem sobre a maior reserva mundial desse recurso, estimada em 1,1 trilhão de pés cúbicos. Como está na zona árida do oeste, a China precisa da tecnologia de extração sem uso de água.
Os EUA estão mais avançados nesses estudos. Na semana passada, porém, a China ignorou as sanções dos EUA e da Europa sobre a Rússia, por causa da crise da Ucrânia-Crimeia, e fechou contrato de US$ 50 bilhões com Moscou para a compra de gás natural.