quarta-feira, 30 de julho de 2014

Francisco Bosco acusa paulistas de serem alienados boçais e culpa televisão por vantagem de Alckmin
Rodrigo Constantino - VEJA
Eis a imagem que a esquerda caviar tem dos paulistas, mas só dos paulistas!
Eis a imagem que a esquerda caviar tem dos paulistas, mas só dos paulistas!
Francisco Tosco, digo, Bosco, é realmente uma figura! A cada novo artigo, a certeza de que vem muita porcaria, ainda que embalada em um linguajar pseudo-erudito para dar um ar de pensador profundo. Ah, como as mentes rasas e confusas se escondem atrás de um simulacro de profundidade!
Mas vamos ao que interessa. Em sua coluna de hoje, após muitos rodeios, o “grande pensador” de esquerda chega a uma conclusão incrível: os paulistas votam em Alckmin porque nossa televisão aberta é um lixo! Eis o que ele diz, com base em outra pensadora que representa muito bem a tal esquerda caviar:
No livro “Videologias”, um ensaio crítico sobre a televisão, Maria Rita Kehl observa que o registro da imagem prescinde do pensamento. A imagem é completa em si mesma e se oferece ao espectador como “um microfragmento de gozo”. Ao contrário, o pensamento pertence ao registro da falta (o simbólico pressupõe uma ausência), e por isso sua condição é a errância permanente, as elaborações incessantes. Daí a letargia que o fluxo de imagens produz no espectador: onde há a imagem, há completude. Situemos essa afirmação no contexto de uma sociedade do espetáculo, e vislumbraremos seu alcance.
Rita Kehl observa que esse efeito independe do conteúdo das imagens. Verdade, mas é preciso notar que a ausência sistemática de vazio no interior das imagens televisivas, a ausência de reflexão crítica, de pausa para elaboração, intensifica seus efeitos. Assim, a violência é tratada de forma puramente imaginária (Datena, Wagner Montes etc.), sem jamais ser remetida a causas estruturais, tendendo a produzir respostas violentas no espectador; as ideologias e os preconceitos são reproduzidos de forma naturalizada, e assim se perpetuam; a distração é o próprio conteúdo da imagem, potencialmente distrativa por si mesma. Tudo somado, podemos definir a televisão aberta brasileira como um fluxo permanente de imagens imaginárias.
E depois não entendemos por que Alckmin pode ter 54% de intenções de votos.
Expressões como “microfragmento do gozo” ou “errância permanente” servem apenas para causar a impressão de pensamento profundo nos incautos, mas a tecla SAP aponta o que se quer com essa lengalenga toda: culpar a televisão pela provável reeleição do tucano.
A televisão serviria apenas para incutir preconceitos nos telespectadores, e as imagens impediriam qualquer raciocínio crítico. Uma massa de alienados ficaria eternamente distraída diante da caixa mágica, incapaz de compreender coisa alguma. E isso, claro, explica as intenções de votos em Geraldo Alckmim.
Explica também as intenções de votos em Dilma, ou as eleições de Lula e da própria Dilma antes? Claro que não! Não seja bobo, leitor! A televisão é instrumento de alienação somente dos paulistas, que se recusam a enxergar no PSOL ou no PT caminhos fantásticos para a prosperidade, aquela existente na Venezuela.
Se Alexandre Padilha não decola e Gilberto Maringoni é um ilustre desconhecido do povo, isso é responsabilidade da televisão maligna. Se Lula e Dilma são eleitos, isso é prova de que o povo pensa e tem senso crítico, blindado contra as maledicências televisivas e sem influência alguma de esmolas estatais.
Um completo bocó desses é o guru de muito artista e “intelectual” da nossa esquerda, e tem coluna semanal no jornal do grupo GLOBO, o mesmo da televisão manipuladora dos paulistas “boçais”. E depois não entendemos por que Dilma pode ter 40% de intenção de votos…

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