terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Os números da economia britânica melhoraram após o Brexit - e isso atordoa as elites políticas
Ao contrário das previsões catastrofistas, os números e as perspectivas mudaram para melhor 
IMB

A economia do Reino Unido pós-Brexit, contrariando todas as expectativas das elites políticas, continua robusta.
No quarto trimestre de 2016, a economia cresceu mais rapidamente do que os economistas haviam previsto, continuando a desafiar as expectativas de que o Brexit traria efeitos negativos.
Em termos trimestrais, o crescimento foi de 0,6% — acima dos 0,5% previstos — e representa o 16º trimestre consecutivo de crescimento. Comércio e serviços continuaram os setores mais robustos. O setor de serviços cresceu 0,8% no trimestre e o setor industrial, 0,7%.
Já em 2016, a economia britânica se expandiu 2%, o maior crescimento do mundo desenvolvido, superando Alemanha e Estados Unidos. Nada mau para um país já rico e que, segundos os "especialistas", entraria em colapso após o Brexit.
O índice FTSE 100 (o Ibovespa britânico), que lista as 100 maiores empresas com capital aberta na bolsa de valores de Londres, acelerou ainda mais após o voto pela saída. Já o desemprego caiu.
A mídia, no entanto, segue alertando que "haverá uma desaceleração" até o fim de 2017. É plausível. Aliás, é esperado. Mas isso não altera o fato de que mídia e todas as elites políticas estavam erradas ao prever uma grande retração econômica em decorrência do Brexit (ver artigo abaixo). Os eleitores britânicos já perceberam o quão mal fundamentado era todo aquele alarde contra o Brexit.
O fato é que, por ora, a experiência britânica revelou ao resto da Europa Ocidental que não há nenhum risco econômico mensurável em se deixar a União Europeia. Mesmo que haja uma desaceleração econômica no fim do ano, ou até mesmo uma recessão, o fenômeno provavelmente será mundial, atingindo a Europa e os EUA, tornando difícil para a turma anti-Brexit criar uma hipótese plausível de causa e efeito. Se os países que permanecerem na União Europeia também sofrerem uma recessão, então a saída do Reino Unido não será considerada uma causa significativa para uma eventual recessão britânica.
Tudo isso pode insuflar novos movimentos de saída da UE. Isso é uma ótima notícia para a liberdade e uma péssima notícia para os globalistas.
O artigo abaixo, publicado em setembro de 2016, já antecipava toda esta tendência.

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Nos meses que antecederam o referendo do Brexit, que ocorreu no dia 23 de junho, os cidadãos britânicos foram impiedosamente bombardeados por uma série de alertas, crescentemente aterrorizantes, sobre as consequências de um voto pela saída da União Europeia.
A campanha alarmista, orquestrada pelas elites defensoras da União Europeia e cuidadosamente construída para gerar temor na população britânica, variou do ridículo ao cômico: disse que o Reino Unido poderia ser excluído do concurso anual de músicas Eurovisão e avisou que uma saída da UE poderia desencadear a Terceira Guerra Mundial.
Muito mais comum, no entanto, foi a aparentemente infindável procissão de alertas de que um voto pela saída da União Europeia geraria uma profunda recessão na economia britânica.
Durante o primeiro semestre de 2016, raramente houve uma semana em que uma proeminente figura do establishment — desde o ministro da fazenda (que, no Reino Unido, detém o pomposo título de 'Chanceler do Exchequer') George Osborne, passando pelo FMI, e culminando em George Soros — não viesse a público fazer tétricas previsões sobre a profunda recessão que inevitavelmente se abateria sobre a Grã-Bretanha caso o povo britânico optasse por sair da União Europeia.
Com efeito, o senhor Osborne chegou até mesmo a publicar o esboço de um "orçamento de emergência", o qual ele disse que seria necessário caso o Brexit fosse confirmado.  Segundo ele, o Brexit resultaria na perda de meio milhão de empregos para os britânicos.  Adicionalmente, ele ameaçou que o governo sofreria uma brutal queda nas receitas da ordem de 30 bilhões de libras, sendo que esse "buraco negro" teria de ser contrabalançado por meio de corte de gastos com o National Health Service, o serviço de saúde estatal britânico, famosamente descrito pelo chanceler de Margaret Thatcher, Nigel Lawson, como "a coisa mais próxima que os ingleses têm de uma religião".
A imprensa britânica prestou particular atenção nos alertas seguidamente emitidos pelo presidente do Banco Central da Inglaterra, Mark Carney, que repetitivamente dizia estar prevendo profundos impactos negativos sobre o emprego e a taxa de crescimento resultantes de um eventual Brexit.
Quem não embarcou na onda terrorista
Este site, por sua vez, disse que nada de especial ocorreria caso os britânicos optassem pela saída da União Europeia.  Vale a pena citar o que foi dito neste artigo:
[...] assim como o comércio entre o Reino Unido e a União Europeia continuará independentemente do resultado do referendo de quinta-feira, também os fluxos de investimento continuarão inalterados.  Os EUA não fazem parte da UE, tampouco sua moeda é a libra ou o euro, mas os fluxos de investimento do Reino Unido para os EUA são maiores do que os de qualquer outro país.  O investimento sempre migra para onde ele é bem recebido e bem tratado, e isso não mudará caso os eleitores britânicos optem por deixar a UE. 
Tanto o Reino Unido quanto a União Europeia continuarão sendo destinos atrativos para investimentos, independentemente de qual seja o resultado de 23 de junho.  E, dado que eles continuarão sendo atrativos, é seguro dizer que os investimentos entre os agora divorciados não irão acabar.
Falando mais amplamente, Londres continuará sendo um dos principais centros financeiros do mundo, não importa o que aconteça amanhã.  Consequentemente, os bancos de investimento do Reino Unido continuarão atendendo aos interesses dos atuais e futuros empreendimentos da União Europeia.  Os principais negócios sediados na União Europeia não irão abrir mão da expertise financeira oferecida pela City londrina por causa de uma votação.
Alguns negócios serão negativamente afetados pela saída?  Sem dúvidas.  Assim como alguns contadores perderiam seus empregos caso os governos facilitassem os códigos tributários, certamente há consultores no Reino Unido que perderão seus empregos caso as empresas britânicas não mais tenham de cumprir com as intrincadas regulamentações impostas pela União Europeia.  E certamente há lobistas britânicos que hoje ganham muito dinheiro por causa de sua habilidade em influenciar as decisões dos burocratas de Bruxelas.  Essas pessoas seriam, no curto prazo, prejudicadas.  Mas, obviamente, não é função dos cidadãos britânicos manter esses empregos artificiais. 
Além do mais, uma saída do Reino Unido não significa que as empresas do Reino Unido que queiram continuar servindo a clientes europeus estarão isentas de cumprir com as regulamentações da UE.  Consequentemente, vários "facilitadores" manterão seus empregos.
Ainda mais importante, este outro artigo deixava claro que uma saída da União Europeia poderia melhorar substantivamente o ambiente de negócios do Reino Unido, pois este agora estaria livre das onerosas regulamentações econômicas impostas por Bruxelas, as quais determinam até mesmo a curvatura máxima que pode ter um pepino.  Livrar-se de regulamentações e burocracias é algo sempre salutar para a economia.
O que realmente aconteceu
Quase três meses após o voto para deixar a União Europeia, os recentes dados econômicos divulgados estão solapando a credibilidade das previsões do establishment político e do senhor Carney, o presidente do Banco Central da Inglaterra. 
Sim, imediatamente após a divulgação dos resultados, a economia britânica vivenciou uma turbulência, gerada pelas inevitáveis incertezas trazidas por um inesperado resultado (todas as pesquisas indicavam que o "permanecer" venceria) em um referendo sem precedentes (nenhum país até então havia pedido para sair da UE).  A imediata renúncia do então Primeiro Ministro David Cameron, após seis anos no cargo, contribuiu para as incertezas.  Pesaram ainda mais as ameaças explícitas feitas pela elite política da União Europeia.
Hoje, passadas as turbulências iniciais, a situação é outra: não apenas o Reino Unido não entrou em recessão, como, ao contrário, vários indicadores chaves mostram um notável grau de robustez na economia britânica desde a decisão de deixar a União Europeia.
O FTSE 100 — o principal índice econômico britânico, que lista as 100 maiores empresas com capital aberta na bolsa de valores de Londres — não apenas voltou a níveis pré-Brexit já na segunda-feira após o referendo (que ocorreu numa quinta-feira), como também está nas máximas para este ano.  Já o FTSE 250 fez o mesmo um mês depois. 
O índice dos gerentes de compra — outro indicador-chave, que mensura o desempenho de empresas de serviços e manufatura —, que vinha em queda desde o início do ano, apresentou uma reversão já agosto, subindo fortemente — e a uma taxa recorde — pela primeira vez no ano.  E isso ocorreu tanto para o setor industrial quanto para o setor de comércio e serviços
Também em agosto, o número de carros novos registrados aumentou 3,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Uma pesquisa da Markit mostrou que o setor de serviços, que é, de longe, o maior setor da economia britânica, passou a vivenciar a maior taxa de expansão dos últimos 20 anos desde o voto pela saída da União Europeia.  Já exportações, moradias e construção — setores que os catastrofistas diziam que iriam desabar — se mostram muito mais robustos que o previsto.
O Lloyd's, um dos maiores bancos comerciais e de varejo da Grã-Bretanha, indicou em seu relatório de julho que, em termos da capacidade de compra, "estava mais confiante em suas finanças do que jamais esteve desde o início da coleta desta estatística".
Bancos recuam de suas previsões catastróficas
Dois meses e meio após o resultado do referendo, a lista de indivíduos e instituições que estão tendo de fazer um mea-culpa e desdizer seus alertas alarmistas feitos antes do Brexit cresce diariamente.  Credit Suisse, Morgan Stanley, Goldman Sachs e JP Morgan tiveram todos de renegar seus alertas anteriores de que o Brexit iria causar uma profunda recessão.  Igual atitude teve de ser feita por outras figuras influentes, como o editor de economia do Financial Times
O então Chanceler do Exchequer, George Osborne, ao menos teve a decência de renunciar após a votação do Brexit, e o novo chanceler, Philip Hammond, tem sido explícito em suas afirmações de que aquele "orçamento de emergência" elaborado por Osborne não será necessário.
Até mesmo o esquerdista The Guardian, o mais estrepitoso porta-voz da esquerda-chique pró-União Europeia, foi obrigado a admitir que "economistas estão tendo de revisar suas previsões pessimistas para o resto do ano e também para 2017 após uma sequência de números positivos mostrando um contínuo crescimento da atividade econômica".
Este surto de boas notícias econômicas deveria ao menos incutir um pouco de humildade naqueles catastrofistas a serviço das elites políticas.  Lamentavelmente, no entanto, o "Projeto Medo" criado antes do referendo, e que foi rapidamente transformado em "Projeto Nós Avisamos" durante a turbulência inicial do pós-Brexit, parece agora ter se transformado no "Projeto Graças a Mim", com o presidente do Banco Central da Inglaterra, Mark Carney, desavergonhadamente se auto-promovendo como o salvador da economia.
Ganhando crédito pelas boas notícias
Para salvar a honra e proteger o orgulho próprio, vários dos comentaristas que previram consequências catastróficas para o Brexit estão agora dizendo que nada daquilo aconteceu simplesmente porque o Banco Central da Inglaterra salvou a economia do colapso ao reduzir a taxa básica de juros de 0,50% para 0,25%.  Essa política monetária, que teve efeito quase nulo sobre a base monetária, tem sido repetida ad nauseam pela imprensa britânica pró-governo como sendo a medida que ajudou a incutir uma vaga sensação de confiança nos mercados, estimulando os preços dos imóveis e mantendo as exportações.
Embora seja verdade que as exportações aumentaram após o Brexit, está longe de ser um fato concreto que a desvalorização da libra tenha sido um efeito positivo para a economia, particularmente quando se sabe que as importações das quais a economia da Grã-Bretanha é dependente encareceram em consequência dessa desvalorização.  Dizer que um encarecimento de bens importados foi o que impulsionou a economia britânica é algo economicamente sem sentido. 
Nenhuma menção é feita pelas elites políticas e midiáticas às consequências positivas de se livrar de toda a burocracia imposta pela União Europeia e à maior liberdade econômica e empreendedorial que isso irá permitir aos britânicos.  Mercados trabalham com a antecipação de previsões.  Os efeitos benéficos do Brexit já estão sendo precificados hoje, e já estão sendo refletidos nos melhores índices econômicos e na melhora das expectativas futuras.  Isso não é algo que possa ser ignorado.
No entanto, o senhor Carney, antes um resoluto defensor da tese catastrofista, segue impávido, dizendo estar seguro de que foram suas medidas que "transformaram o Brexit em um sucesso".
Quais as chances de membros da elite política terem a humildade de admitir erros?

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