Rodrigo Constantino
Nos depoimentos da delação premiada, o empreiteiro Emílio Odebrecht narra um encontro que teve com o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, em 2007, em Caracas. Na conversa, Chávez, que morreu em 2013, pediu a Emílio que a Odebrecht construísse um porto em Cuba, como forma de ajudar o regime de Fidel Castro,
morto no ano passado. O empreiteiro relata que concordou em fazer a
obra, mas pediu ao presidente venezuelano que falasse com o ex-presidente Lula, para que o Brasil financiasse o projeto do Porto de Mariel.
“Chávez
tinha uma relação muito intensa com Fidel, ao ponto de fazer preços
camaradas na venda de barris de petróleo para Cuba. Ele me pediu que nós
procurássemos viabilizar um programa de um porto lá em Cuba, porque era
muito importante para os cubanos. Eu disse, olha chefe, nós trabalhamos
nos Estados Unidos, um assunto desse de dinheiro, com tudo que Cuba tem
de restrição, não é fácil viabilizar o esquema financeiro. Um pedido do
senhor é algo que vou encontrar uma forma de atender. Agora, eu
precisaria que o governo brasileiro estivesse engajado nesse projeto e
também solicitasse [a construção do porto] a Odebrecht. Eu não gostaria
de tomar essa iniciativa sozinho. O senhor, que tem uma boa relação
como presidente Lula, poderia ligar para ele e transmitir isso. De fato,
Chávez fez a ligação. Logo depois desse encontro, o Lula me convocou
dizendo que tinha recebido um telefonema do Chávez transmitindo o
encontro que teve comigo e que estava na linha de apoiar o programa de
Cuba do Porto de Mariel”, diz Emílio Odebrecht.
Segundo o
empreiteiro, “em condições normais” nem a Odebrecht pensaria em fazer um
porto em Cuba e nem o BNDES financiaria uma obra no regime cubano. Mas,
como foi um projeto apoiado por Lula e Chávez, o próprio Lula teria
manobrado para interferir nas decisões do BNDES e liberar o
financiamento.
Já comentei aqui
que foi você, leitor, quem financiou a construção desse porto, que
teria servido de hub para o comércio internacional de drogas e armas,
inclusive abastecendo militarmente a Coreia do Norte. Tenho pouco a
acrescentar. Queria apenas lembrar que muitos “especialistas”, daqueles
que os veículos de mídia parecem encontrar diretamente no DCE das
universidades ou nos diretórios do PSOL, deram entrevistas na televisão
ou escreveram artigos na época defendendo a “importância estratégica”
desse porto.
Para o Brasil! Sim, essa turma cara de
pau alegava que fazia sentido para nosso país bancar a construção desse
porto cubano! O Porto de Mariel seria bom para os “interesses nacionais”
segundo esses tremendos picaretas! Argumentos? Inexistiam, claro. Era
pura forçação de barra, sofismo, mentira deslavada. A economia cubana é
pífia, pois onde há socialismo, há apenas miséria e escravidão. O porto
cubano não fazia o menor sentido econômico, portanto.
Mas lá estavam “especialistas”, em
colunas nos maiores jornais do país, em entrevistas na GloboNews,
justificando essa palhaçada, esse esquema podre. Maria Silva Bastos,
atual presidente do BNDES, não revelou a caixa preta do banco ainda,
quem autorizou os empréstimos, quais são os acordos, lembrando que além
da pouca vergonha em fechar esse acordo, ele ainda foi colocado sob sigilo, novamente com o pretexto de preservar os “interesses nacionais”.
Agora tudo fica mais claro, até para
quem é meio ceguinho (pois já estava bem claro para quem tinha dois
neurônios). O Porto de Mariel em Cuba, bancado pelo nosso BNDES, era um
pedido pessoal de Hugo Chávez, o tirano da Venezuela e camarada do
ditador Fidel Castro e do projeto a ditador Lula. Os três eram os
líderes do Foro de São Paulo, organização criada para resgatar na
América Latina o que havia sido perdido no Leste Europeu, ou seja, o
comunismo. Mas comunistas não mais existem, não é mesmo?
E eis que a maior empreiteira do país
construiu o porto, com dinheiro do maior banco de fomento do país, um
banco estatal. Ou seja, foi o trabalhador brasileiro, aquele que fica
horas em um transporte público caótico para chegar em casa e no
trabalho, que morre em filas de hospitais públicos caquéticos, que
precisa colocar seus filhos em escolas públicas que trocam o ensino pela
doutrinação ideológica, foi esse trabalhador que teve que pagar pela
farra dos comunistas!
O Porto de Mariel era bem estratégico
sim… para os comunistas do Foro de São Paulo! Nem uma quitanda nacional
teve suas exportações aumentadas por conta da construção desse porto.
Mas ele encheu o bolso de corruptos, irrigou o caixa dois da quadrilha
petista, e ajudou bastante os ditadores comunistas, inclusive levando
armas para o coreano maluco. Defender o comunismo em pleno século XXI é
coisa de quem não tem caráter. E defendê-lo com o uso de máscaras, como
se comunismo não fosse comunismo, é ainda pior, pois dissimulado.
Onde estão aqueles “especialistas” que
foram na imprensa defender esse projeto criminoso? Serão cobrados por
isso? Serão ao menos ignorados pela grande mídia? Até parece! No Brasil
não funciona assim. Serão convidados novamente, e chamados de
“especialistas” uma vez mais, como se nada tivesse acontecido.
Felizmente temos as redes sociais para combater essa “fake news”…
PS: O Google pelo visto faz o jogo sujo
dos comunistas. Se você digita “Lula, Chávez e Fidel” e faz uma busca
por imagens, toda a primeira fila que aparece é daquela foto com FHC
e os dois tiranos comunistas. Não que FHC seja o oposto dessa turma,
pois não é. O tucano é apenas um socialista mais light e civilizado, com
perfume francês, que até admira essa corja. Mas por que diabos a busca
por Lula com Fidel e Chávez leva a uma foto com FHC em seu lugar?!
PS2: Vamos ver alguns exemplos de
pessoas ou entidades que defenderam a “importância estratégica” desse
porto, um pedido pessoal do tirano da Venezuela. Temos um editorial do GLOBO indo nessa direção, “mas” pedindo maior transparência; temos o Brasil171, digo, o Brasil247, que obviamente repetiria o que o PT diz e hoje todos sabem bem o motivo pela Lava Jato; da Carta Capetal
não se poderia esperar outra postura, também por milhões de motivos
expostos pela Lava Jato; e até um diretor da FIESP, que só esquerdista
acha que é um ícone do liberalismo, dando mil “argumentos” para explicar
que Cuba será a próxima China, uma potência latino-americana:
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