A força do eleitor
O início da campanha
eleitoral põe à prova a capacidade do cidadão de distinguir trajetórias,
ideias e propostas muitas vezes irrealizáveis.
Zero Hora
Leis mais rigorosas e o
aperfeiçoamento dos sistemas de fiscalização, aliados a novos processos
de transparência na atividade pública, oferecem ao eleitor os meios para
que seja de fato o protagonista em um pleito. Inaugura-se neste
domingo, com a deflagração oficial da campanha eleitoral, mais um
período em que essa participação é posta à prova. O cidadão estará
diante de mensagens que se repetem a cada dois anos, com os mais
variados apelos dos pretendentes a cargos públicos. Este é o momento em
que, em meio à defesa de ideias programáticas, proliferam também as
propostas irrealizáveis, os discursos evasivos, os planos inconsistentes
e genéricos e os ataques pessoais.
O eleitor não terá, no
entanto, a desculpa de que se sente desamparado diante de propostas
meramente retóricas ou demagógicas, ou da impossibilidade de julgar os
nomes que disputam seu voto. Chega-se, às vésperas do mais importante
evento da democracia, com um considerável arsenal de informações e
instituições que trabalham pela lisura de uma eleição. Está distante o
tempo em que, sem o respaldo da legislação, populações inteiras eram
submetidas a manipulações e aos interesses de quem tinha como objetivo
vencer uma disputa a qualquer custo. Foi assim que, por muito tempo,
candidatos trocaram apoios por favorecimento financeiro e até alimentos,
sem o menor constrangimento. Também até recentemente, candidatos
condenados em última instância, por todo tipo de delito, participavam de
pleitos e, no exercício do mandato, voltavam a cometer irregularidades.
Esse é um cenário que a
democracia brasileira vem procurando sepultar, apesar de ainda conviver
com os usurpadores da miséria, em alguns grotões do país, das
deficiências de normas e da aplicação parcial de restrições preventivas e
punitivas. Candidatos que ainda se dedicam a práticas superadas - e em
determinados casos criminosas - estão cada vez mais sob a vigilância dos
órgãos de controle da função pública. Tanto que o Tribunal de Contas da
União encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral uma
lista com mais de 6 mil nomes de ocupantes de cargos no Executivo e
Legislativo, com a recomendação de que sejam impedidos de concorrer. São
autoridades e servidores cujas contas foram reprovadas e que podem se
juntar a inelegíveis por condenações da Justiça, enquadrados pela Lei da
Ficha Limpa.
As instituições fazem a
sua parte e municiam o eleitor com dados importantes para a tomada de
decisão. Para consolidar suas convicções, o cidadão comum dispõe ainda
do acervo atualizado dos portais da transparência no setor público. As
escolhas do eleitor dependem, portanto, da sua determinação para
procurar e interpretar as informações que orientarão sua percepção dos
partidos, dos programas e dos candidatos. É assim que cada um poderá
exercer seus direitos na integralidade, desde que tais esforços não se
restrinjam aos períodos eleitorais.
Um comentário:
Paulão! Como estão as coisas? Não tinha mais seu contato quando localizei esse blog. Está morando em Sampa ainda? Tem ido para Araçatuba? Algumas novidades por aqui.. tem e-mail? Mande notícias! Bjs F e r n a n d a A . H . C a r r e n h o
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