sexta-feira, 4 de julho de 2014

Cresce número de espanhóis que saem do país em busca de uma vida melhor
Ana Carbajosa - El País
A saída de espanhóis da Espanha não só não para como se acentua. Ao todo, 79.306 espanhóis partiram em busca de uma vida melhor no exterior, enquanto somente 33.393 voltaram. Esses números representam um crescimento de 38,5% em relação ao ano anterior. Equador, Reino Unido, França e Alemanha são os destinos mais escolhidos.
Um terço desses emigrados não nasceu na Espanha: são estrangeiros que adquiriram a nacionalidade espanhola. No caso dos espanhóis que se transferiram para o Equador (10.163), são sobretudo equatorianos nacionalizados ou menores de 15 anos filhos de equatorianos e nascidos na Espanha. É frequente que muitos emigrantes esperem obter a nacionalidade para deixar a Espanha e assim conservar uma via de entrada caso a situação econômica melhore no futuro.
"Menos discursos e mais recursos", é que pede o cartaz segurando por alunos da cidade de La Mojonera, onde professores deram aulas ao ar livre, nesta quinta-feira (24), para protestar contra o corte de gastos do governo espanhol ao ensino público Francisco Bonilla/Reuters
"As nacionalizações podem distorcer um pouco a imagem da emigração espanhola", interpreta Amparo González Ferrer, do grupo de pesquisa de dinâmicas demográficas do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC na sigla em espanhol). "Mas mesmo assim há um claro aumento do número dos que partem."
A pesquisadora afirma que o fluxo de trabalhadores espanhóis que tiveram de emigrar é muito maior do que o que mostram as estatísticas oficiais, que só computam uma pequena fração dos que se foram. Ferrer fixou-se no número de espanhóis que se inscreveram na seguridade social no Reino Unido e na Alemanha. O resultado, afirma, é entre seis e sete vezes maior que os números oficiais. A diferença se explica porque "as pessoas que emigram não se inscrevem necessariamente no consulado espanhol no país de destino, e esse é o dado que os números oficiais levam em conta".
Assim, por exemplo, em um estudo intitulado "A nova emigração espanhola. O que sabemos e o que não", González Ferrer escreve que "é mais provável que o número se aproxime de 700 mil [espanhóis emigrados] entre 2008 e 2012 do que os 225 mil estimados por fontes oficiais".

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