quinta-feira, 30 de julho de 2015

Alemanha vive onda de ataques a refugiados
JEAN-PHILIP STRUCK - FSP
Na madrugada de segunda (27), o vereador Michael Richter estava em sua casa, em Freital, no Estado alemão da Saxônia, quando foi surpreendido com o som de uma explosão. Ao olhar pela janela, viu seu carro em chamas.
Embora a polícia ainda não tenha determinado que se tratou de um atentado, o Die Linke (A Esquerda), partido de Richter, afirma que o episódio foi a culminação de uma série de ameaças que o político –conhecido por organizar eventos de apoio a refugiados– vem recebendo.
Desde o início de 2015, praticamente não houve um dia no país sem o registro de algum incidente envolvendo estrangeiros em busca de asilo.
Entre janeiro e junho, houve ao menos 202 crimes que tiveram como alvo abrigos de estrangeiros, segundo o Ministério do Interior.
A marca já superou o número de incidentes de todo o ano de 2014. A polícia suspeita que pelo menos 85% dos crimes foram cometidos por grupos de extrema direita.
A explosão nos crimes ocorre ao mesmo tempo em que o país registra o maior número de requerimentos de asilo em 20 anos.
Em 2014, foram 202.645 pedidos. O recorde deve durar pouco, já que somente neste ano foram 159.927 requerimentos. Cerca de 20% deles foram feitos por sírios.
A maioria dos crimes envolve pichações e ameaças, mas houve ao menos 25 casos de violência física.
Em 18 de julho, por exemplo, um abrigo foi completamente incendiado em Remchingen.
No sábado (25), em Dresden, a capital da Saxônia, um protesto violento contra a abertura de um novo campo de refugiados organizado pela Cruz Vermelha deixou três feridos.
Para tentar frear a entrada de refugiados, o governo reclassificou em 2014 alguns países dos Bálcãs, como Bósnia, Macedônia e Sérvia, como países "seguros", tornando praticamente impossível para que cidadãos desses países consigam asilo.

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