O Congresso subjugado
A bancada da Odebrecht
era a mais poderosa do Congresso Nacional: o presidente do Senado, o
presidente da Câmara, 29 senadores e 39 deputados no bolso
Thiago Bronzatto - VEJA
Eunício Oliveira, presidente do Senado
(PMDB): investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; Rodrigo
Maia, presidente da Câmara (DEM): investigado por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro (Cristiano Mariz/VEJA)
“Em geral, você não tem uma relação
sustentável naquele toma lá dá cá. Se você chegasse para o deputado ‘Pô,
me apoia aqui’. Toda hora que você pede um apoio o cara diz ‘Eu quero
tanto’. Não é uma relação sustentável. Em geral, aquelas relações mais
duradouras são as relações que ficam: o cara sempre te ajuda e você está
sempre ajudando ele.” Foi assim, nas palavras de Marcelo Odebrecht, que, durante décadas, maior empreiteira do país foi consolidando influência e poder dentro do Congresso Nacional, em nível só comparável ao de grandes partidos. O método era simples e eficientes: o da cooptação financeira.
Parlamentares precisavam de dinheiro pra suas campanhas, e, em muitos
casos, também para outras despesas. A Odebrecht financiava os gastos,
quase sempre por vias ilegais. Por quê? É a regra elementar das
organizações mafiosas: ao entregar dinheiro sujo aos deputados e
senadores, a empresa conquistava mais que parceiros. Ganhava cúmplices.
(...)
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