Na eventual disputa entre Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias pela presidência do PT, todo mundo perde... Esperem! Talvez Brasil ganhe...
Apesar dos esforços de
Rodrigo Janot, procurador-geral da República, e da Lava Jato como um
todo para reanimar o PT, o partido se encontra numa pindaíba fabulosa.
Ora, é o que a gente constata quando mira os dois postulantes à
presidência do partido. Com o apoio de Lula, desponta a senadora-ré
Gleisi Hoffmann (PR). O buliçoso Lindbergh Farias, seu parceiro de
bancada, decidiu se manter na disputa — contra a vontade daquele que só
não preside a legenda porque não quer: Luiz Inácio Lula da Silva.
A se manter a disputa, quem leva a
melhor? Bem, queridos, eis uma luta em que torço para que os dois ganhem
e para que os dois percam. Ou, como diria a pensadora Dilma
Schopenhauer Rousseff, “não acho que quem ganhar ou quem perder, nem
quem ganhar nem perder vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”.
Sábias palavras.
O preferido da Construindo um Novo
Brasil, a maior corrente do PT, à qual Lula pertence, era o nome do
ex-ministro Alexandre Padilha (Saúde), o que é, também, sinal de crise. O
chefão do partido convenceu os dirigentes a fechar com o nome de
Gleisi. Segundo Lula, Lindbergh teria se comprometido a deixar a disputa
se a senadora concorresse. Pois é. Não deixou. Diz que jamais fez esse
acordo com o chefão. Apenas teria se calado ao ouvir a proposta. Bem,
quem cala, em situações assim, em que não há constrangimento físico ou
moral de nenhuma natureza, costuma consentir.
Lindbergh conta com o apoio da
Democracia Socialista e de outras correntes de esquerda. Bem, meus
caros, a gente constata a areia em que está o PT quando o exemplo de
moderação é… Gleisi Hoffmann, detestada por boa parte da bancada federal
do partido em razão de seu “estilo Dilma” quando chefe da Casa Civil.
Na verdade, o incômodo com a escolha de
Lula se espalha por todas as tendências do partido. É claro que, com o
seu apoio, a senadora vence uma eventual disputa. Mas aí os petistas se
perguntam: “Pra quê?”. É evidente que o fantasma Dilma os assombra. O
rancor mitigado no partido contra a ex-presidente é gigantesco. Ela é
considerada a grande responsável pelo desastre petista — e, em parte,
isso é fato.
É certo que a Operação Lava Jato fez um
grande estrago. Mas, convenham, Janot e seus bravos já deram a mão ao
partido ao arrastar todas as outras legendas para a mesma lama, embora
isso não seja falso. A verdade é que Dilma contribuiu, de forma
contundente, para destroçar a economia do país, conduzindo um governo
que não conseguia conversar nem com o próprio partido.
E, por óbvio, Gleisi é um dado dessa
equação. E divide com a sua ex-chefe certa, com o direi?, intolerância
com a divergência. Ninguém entende, no PT, a insistência de Lula.
Dizer o quê?
Bem, o conjunto demonstra que o partido decidiu investir em seu lado
mais, deixem-me ver, carnívoro, não é? Todos se lembram do
comportamento lamentável de Gleisi e Lindbergh durante o julgamento do
impeachment. É claro que eles não iriam concordar com a proposta e
tentariam bombardeá-la. A questão é como fazer isso. E eles o fizeram da
pior maneira: afirmaram que o Senado Federal, a Casa à qual pertencem,
não tinha moral elevada o suficiente para cassar Dilma.
Mas, como se vê, eis o que restou ao partido.
Dilma é que está certa na sua formulação imortal: “Nem quem ganhar nem perder vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”.
Opa! Talvez o Brasil saia ganhando, se é que me entendem… E não vou explicar a ironia.
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