Rodrigo Constantino
A passagem de Barack Hussein Obama pelo
Brasil é o tema do meu vídeo desta semana, que será divulgado em breve.
Mas aqui dou uma aquecida, com foco na questão da juventude. “Precisamos
envolver os jovens cada vez mais cedo” [na política], disse Obama,
idolatrado pelos jornalistas. O que ele quer dizer com isso?
Antes, um parêntese: a puxação de saco
nos jornais hoje está impressionante. É como se um santo homem tivesse
descido dos céus para dar seus fantásticos conselhos, ignorando-se que
ele acabou de entregar um legado medíocre e foi incapaz de fazer sua
sucessora. A turma ama o Obama falastrão, sua retórica, tendo de deixar
de lado o homem real. Fecho o parêntese.
Apertando a tecla SAP para o que disse o
rei da retórica: é preciso doutrinar ainda mais a garotada, e começar
mais cedo, pois à medida que o sujeito fica mais velho, ele costuma
PENSAR mais, CONHECER mais, e assim abandonar a esquerda. Todo líder
populista depositou grande peso na “juventude”, por motivos óbvios, que
eu destaquei em Esquerda Caviar, dedicando um capítulo inteiro ao tema. Eis um trecho:
A esquerda
caviar não poderia ignorar o jovem. É o futuro, a força revolucionária
que criará o novo mundo. Os esquerdistas babam de tanta reverência à
“sabedoria” da juventude. Depositam-lhe o poder de conceber esse futuro
mais que promissor; fantástico mesmo! Mas o que caracteriza a juventude
de fato, para além dessa idealização toda?
Costumam
dizer que quem não é socialista na juventude não tem coração, e quem é
socialista na idade adulta não possui cérebro. Exageros à parte – até
porque teria de assumir minha falta de coração –, acredito que a frase
captura bem uma regra, qual seja, a de que os mais jovens tendem a
abraçar utopias, enquanto os mais velhos amadurecem e acabam mais
céticos.
Paulo
Francis, meio de brincadeira e meio a sério, dizia que “todo mundo tem o
direito de se portar como um debiloide até os trinta anos”. Faz parte
do amadurecimento. O que não fica muito legal é enaltecer essa fase da
vida como o ápice da sabedoria. O jovem, de modo geral, não demonstra
tanto apreço assim pela razão.
Existem
várias possíveis explicações para esse fenômeno. Os mais jovens estão em
uma fase de busca por identificação, separação dos pais, da autoridade,
e precisam questionar tudo e todos sempre. São rebeldes por natureza.
Não são conformistas. O Pink Floyd de Roger Waters, ícone da esquerda
caviar, capturou bem a essência da coisa em seu hit clássico:
We don’t need no education
We don’t need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teacher! Leave them kids alone!
Além
disso, a visão de mundo dos jovens costuma ser mais simplista, e a
crença em panaceias, em soluções “mágicas”, mais comum. O maniqueísmo
impera na juventude, alimentado desde cedo por filmes que definem,
claramente, vilão e mocinho. Com o passar do tempo – e com as diversas
experiências –, a tendência é substituir essa fé mais ingênua por
“soluções” imperfeitas.
Eu sigo destrinchando o fenômeno, mas
basta o leitor lembrar como Mao Tse-Tung, o pior ditador de todos os
tempos, usou a juventude para sua “revolução cultural”, estimulando até
mesmo que matassem ou denunciassem os próprios pais como
“contrarrevolucionários”. O PSOL no Brasil também abusa dos jovens, sua
massa de manobra para manifestações, apelando para doutrinação
ideológica desde cedo.
Obama era um “agitador social” em
Chicago, treinado pelo radical Saul Alinsky. Também aprendeu a manipular
os jovens para seus fins políticos. A juventude democrata votou em peso
no socialista Bernie Sanders nas primárias do partido, um velho sem
carisma, que passou a lua de mel na União Soviética, mas que tinha a
mensagem “igualitária” mais radical.
A esquerda adora a juventude! Não aquela
independente, que pensa por conta própria, que questiona, mas sim
aquela mais romântica, de preferência de uma elite culpada e mimada, que
quer bancar a revolucionária com a mesada da mamãe e um iPhone novinho
em folha. São esses que votam no PSOL e em Obama.
Por isso o ex-presidente quer um sistema de ensino público mais abrangente, e detesta a ideia do homeschool.
É preciso ter os doutrinadores disfarçados de professores cuidando da
“educação” dessa garotada. Não por acaso os sindicatos de professores
são os maiores doadores de campanha nos Estados Unidos, e quase tudo vai
para o Partido Democrata, de Obama.
Mas eis que Obama é reverenciado como a
voz da moderação, da boa intenção, contra um lunático perigoso e
preconceituoso, que seria Trump. E esse tipo de mensagem vem justamente
da imprensa que nossa extrema-esquerda chama de “direitista”. O Brasil
não faz ideia do que seja direita, se acha que um esquerdista radical
como Obama é mesmo um liberal…
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