segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

CRISE, CRISE CRISE

Até os mercados financeiros deverão ter um infeliz ano novo
Heather Stewart - Guardian
As flutuações dos mercados financeiros e o "ou vai ou racha" da cúpula do euro foram o centro das atenções em 2011. Neste ano, os reflexos dessa onda serão sentidos por milhões de pessoas de dentro e de fora da Europa.
Em vez de responderem primeiro a seus eleitores, os políticos europeus se preocuparam em saciar a demanda de investidores ansiosos no mercado de títulos para cortes cada vez mais drásticos.
A política de austeridade coletiva imposta pelo dinheiro levou a zona do euro à beira de uma nova recessão. Em 2012, essa política varrerá tudo, levando consigo os empregos de milhões.
Como disse Heiner Flassbeck, diretor da Divisão de Globalização e Estratégias de Desenvolvimento da Unctad, "aqueles que não faziam parte da festa estão tendo ressaca: esse é o problema".
Austeridade -única receita considerada pelo casal "Merkozy"- vai pesar no crescimento da zona euro.
Juntamente com o longo período de estagnação, há o risco de que o sistema financeiro europeu se aproveite. Há crescentes evidências de que os bancos da zona do euro, com suas exposições às dívidas das economias dos membros periféricos, estão encontrando dificuldades para emprestar qualquer coisa que não seja juros punitivos.
Apesar das medidas de emergência do BC Europeu, os bancos estão se esforçando para se financiar. Isso significa que uma crise de crédito semelhante ao colapso do Lehman Brothers (2008) pode estar a caminho.
Se isso começa a prejudicar o poupador comum poderia ser catastrófico. Mesmo que o sistema financeiro fique estabilizado, os bancos mais fragilizados tendem a cortar empréstimos. Aí a ideia de uma crise de crédito torna-se realidade: as pessoas perdem suas casas, e empresas demitem funcionários.
Tudo isso, em última instância, por causa dos esforços dos políticos em aplacar os mercados financeiros. Até para os mercados financeiros, que fazem líderes europeus segurarem um machado sobre seus cidadãos, 2012 deverá ser um infeliz ano novo.

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