Parlamento da Liga Árabe pede retirada de missão da Síria
‘Estamos dando cobertura para que o governo continue com ações desumanas’, diz membro
O Globo
CAIRO - O Parlamento da Liga Árabe pediu neste domingo a retirada imediata da missão de observadores da Liga na Síria, sob o argumento de que a visita está permitindo que Damasco encubra a violência e os abusos contínuos.
A missão tem provocado polêmica: grupos de direitos humanos relatam que mortes continuam ocorrendo em confrontos, enquanto milhares de sírios ocupam as ruas para chamar a atenção dos monitores sobre a situação que enfrentam. O chefe da missão enfureceu a população ao dizer que a situação em Homs, uma das cidades com situação mais crítica, não tinha nada de assustadora.
O Parlamento Árabe, um comitê consultivo de 88 delegados, disse neste domingo que a violência continua a fazer muitas vítimas.
- Isso acontecer na presença de monitores árabes tem despertado a ira do povo árabe e nega o propósito de enviar uma missão de vistoria. Isso está dando ao regime sírio uma cobertura árabe para continuar com suas ações desumanas sob os olhos e ouvidos da Liga Árabe - disse o presidente da organização, Ali al-Salem al-Dekbas.
O Parlamento Árabe pediu que o secretário-geral da Liga, Nabil Elaraby, convoque uma reunião de chanceleres árabes para aprovar uma resolução para a retirada imediata da missão. O parlamento foi o primeiro a recomendar o congelamento da participação da Síria como membro na organização, em resposta à repressão do presidente Bashar al-Assad a protestos da população.
Um membro da Liga Árabe disse que era muito cedo para julgar o sucesso da missão, argumentando que ainda há um mês de missão e que mais monitores devem chegar ao país.
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