sábado, 5 de julho de 2014

CLUBE DOS CALOTEIROS BOLIVARIANOS?

Cristina exibe apoios contra credores
Presidentes da Venezuela, Uruguai, Bolívia e Equador estarão no país em 9 de julho, para comemoração do dia da independência 
Ariel Palacios - O Estado de S. Paulo

O governo da presidente Cristina Kirchner pretende realizar na quarta-feira uma ostensiva exibição de respaldo político regional em sua disputa com os “fundos abutres”, forma como a Casa Rosada e seus aliados denominam os holdouts, os credores que não aceitaram as reestruturações dos títulos da dívida pública feitas pela administração Kirchner em 2005 e 2010.
Durante as celebrações do dia da independência, no dia 9 de julho, na cidade de Tucumán, no norte do país, Cristina aparecerá no palanque acompanhada pelos presidentes da Venezuela, Nicolas Maduro; do Uruguai, José Mujica; da Bolívia, Evo Morales; e do Equador, Rafael Correa.
O anúncio da presença desse grupo de presidentes foi realizado pelo governador da província de Tucumán, José Alperovich, um dos mais fiéis aliados de Cristina Kirchner. “Acho que todos virão”, disse o governador de uma das províncias onde a pobreza voltou a crescer nos últimos anos.
Ao contrário de anos anteriores, a presidente não vai fazer um discurso em praça pública para milhares de pessoas, mas sim em um recinto fechado, o Teatro Mercedes Sosa, com apenas 1.552 poltronas.
Na quinta-feira a Argentina obteve da maioria dos países da Organização dos Estados Americanos (OEA), com exceção dos Estados Unidos e do Canadá, uma resolução de apoio ao país apresentada pelo Uruguai e pelo Brasil. Na semana passada a Argentina também obteve o apoio dos países do G-77.
Os holdouts possuem 7,6% dos títulos da dívida pública argentina. Os credores reestruturados, aos quais a Argentina paga regularmente os juros dos bônus, controlam 92,4% dos títulos. Na segunda-feira, o governo Kirchner foi impedido pelo juiz federal de Manhattan, Thomas Griesa, de pagar um total de US$ 539 milhões na data do primeiro vencimento uma parcela dos bônus Discount aos credores reestruturados em Nova York.
Na mesma decisão, o juiz Griesa evitou um bloqueio desse pagamento pelos holdouts. Eles exigem que o governo Kirchner lhes pague uma dívida de US$ 1,3 bilhão.
O segundo vencimento está programado para 30 de julho. Para evitar um eventual calote técnico o governo Kirchner terá de negociar um acordo com os holdouts. Na segunda-feira, representantes do governo argentino se reunirão com um mediador designado por Griesa para iniciar o processo de diálogo.
Insatisfeitos. Uma pesquisa elaborada pela consultoria Poliarquia indica que 65% dos argentinos estão insatisfeitos com a situação econômica. Somente 35% dos entrevistados manifestaram-se satisfeitos.
Uma pesquisa feita pela mesma consultoria em 2011 - quando foi reeleita a presidente Cristina Kirchner - indicava que 55% dos argentinos estavam satisfeitos com a economia.
Por trás da irritação dos habitantes do país está a persistente escalada de preços. Os economistas na city financeira portenha sustentam que o índice da inflação deste ano deve ficar entre 30% e 40%.

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