quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Considerada a "casa do povo", Casa Branca tem longa lista de convidados indesejados
Peter Baker - NYT
Susan Walsh/AP
Oficiais do Serviço Secreto caminham ao longo do gramado no lado norte da Casa Branca; no último sábado (20), um homem foi preso por não respeitar um boqueio policial Oficiais do Serviço Secreto caminham ao longo do gramado no lado norte da Casa Branca; no último sábado (20), um homem foi preso por não respeitar um boqueio policial
Como seus antecessores, o presidente Barack Obama se refere à Casa Branca como "a casa do povo", mas ao longo dos últimos dois séculos ela recebeu um número surpreendente de pessoas não convidadas.
Muito antes do mais recente pulador de cerca ter chamado atenção internacional, ao chegar tão longe até o Salão Leste, a história das violações de segurança da Casa Branca é vasta e variada. Um intruso trajando quimono de karatê e levando uma faca escondida em uma Bíblia; um estranho que entrou para assistir um filme com o presidente Franklin D. Roosevelt; e um piloto que jogou seu Cessna contra a mansão.
O presidente Theodore Roosevelt certa vez concordou em ver um homem que insistia que estava sendo esperado, mas quando o presidente percebeu que não o conhecia, ordenou a um funcionário: "Tire este doente daqui". No bolso traseiro do homem havia um revólver.
Ao longo de décadas, o Serviço Secreto instalou mais e mais barreiras para manter os indesejados de fora, mesmo enquanto os presidentes lutavam para preservar seu lar como acolhedor aos visitantes. As ruas foram fechadas ao trânsito, portões foram fortificados, vidros à prova de balas foram instalados e atiradores foram posicionados no telhado. Mas isso nem sempre impede os determinados, os curiosos e os mentalmente instáveis de tentarem entrar à força.
Julia Pierson, a diretora do Serviço Secreto, disse ao Congresso na terça-feira que antes do mais recente incidente, 16 pessoas pularam a cerca da Casa Branca nos últimos cinco anos, incluindo seis apenas neste ano. Muitas delas não parecem intencionadas a causar mal ao presidente, mas sim ansiosas em chamar a atenção para alguma questão ou causa. Uma das pessoas neste ano foi um bebê que passou pela cerca.
Ao longo de grande parte da história dos Estados Unidos, os jardins da Casa Branca são razoavelmente abertos ao público, resultando em invasões bem mais impressionantes do que a de 19 de setembro, quando um veterano da Guerra do Iraque, Omar J. Gonzalez, passou correndo por um agente do Serviço Secreto no Pórtico Norte e percorreu grande parte do Piso de Estado antes de ser pego.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Roosevelt tinha acabado de assistir um filme quando descobriu um estranho perto dele quando as luzes se acenderam. Seu antecessor, Herbert Hoover, desceu para jantar certa noite e se deparou com um homem no Salão Azul. Em outra ocasião, Hoover estava jantando com um produtor de cinema no Salão de Jantar de Estado quando um intruso invadiu a sala, exigindo uma nomeação. John Tyler estava caminhando no jardim sul da Casa Branca quando um pintor intoxicado atirou pedras contra ele.
Atiradores dispararam da rua contra a Casa Branca durante a presidência de Bill Clinton e de Obama. Durante a segunda posse de Ronald Reagan, um homem seguiu a banda marcial até a Casa Branca e perambulou por cerca de 15 minutos antes de ser descoberto. No Natal de 1974, um homem alegando ser o messias atravessou o portão noroeste com um Chevrolet Impala e dirigiu até o Pórtico Norte, onde saiu com sinalizadores amarrados ao seu corpo.
Com toda a proteção terrestre, vários homens tentaram penetrar no perímetro da Casa Branca pelo ar. Um soldado do Exército roubou um helicóptero do Forte Meade em 1974 e voou até a Casa Branca, onde pousou no gramado sul, decolou de novo e então voltou. Agentes do Serviço Secreto abriram fogo contra o helicóptero, o obrigando a pousar. Naquele mesmo ano, um empresário falido tentou sequestrar um jato de passageiros da Delta no Aeroporto de Baltimore-Washington, visando jogá-lo contra a Casa Branca, mas foi baleado na cabine pela polícia antes da decolagem.
Em 1994, um piloto sem licença que passou a noite bebendo e fumando crack roubou um Cessna 150L e caiu no gramado sul no meio da noite, com o avião deslizando pelo solo, batendo contra uma árvore e parando contra a parede da mansão. O piloto morreu, mas o prédio não sofreu danos sérios e Clinton não estava em casa no momento.
Apesar de tudo isso, a maioria dos presidentes considera a Casa Branca a fortaleza mais segura onde podem estar. Nenhum dos quatro presidentes que foram assassinados foi morto na Casa Branca. O mais próximo disso acontecer ocorreu quando a Casa Branca estava sendo reformada e Harry S. Truman estava vivendo do outro lado da rua, na Blair House, que foi invadida por dois nacionalistas porto-riquenhos que foram detidos pelos guardas. 
Tradutor: George El Khouri Andolfato

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