João Doria vê desconfiança crescer no PSDB após resultado de pesquisa e discussão com Goldman
Abatido em pleno voo O prefeito João Doria (PSDB)
vive seu pior momento. A queda da avaliação de sua gestão em SP era
esperada, mas ele acreditava que as viagens pelo país compensariam o
resultado, ampliando sua pontuação nas pesquisas para o Planalto —o que
não ocorreu. Ao mau presságio dos números do Datafolha somou-se a discussão deselegante
que teve com o ex-governador Alberto Goldman. O saldo imediato é o
crescimento da antipatia e da desconfiança de líderes tradicionais do
tucanato sobre o nome dele.
Fala muito As discussões sobre a reação de Doria às
criticas de Goldman, velho conhecido do PSDB paulista, extrapolaram o
Estado. Deputados federais da sigla de fora de São Paulo viram uma série
de erros estratégicos nos termos usados pelo prefeito, que chamou o
ex-governador de “fracassado” e “medíocre”.
Melhor idade Os parlamentares pontuaram que as
palavras de Doria poderiam ser interpretadas como ofensas à terceira
idade, que representa 17% do eleitorado.
Siga o mestre Deputados chegaram a comparar o
prefeito ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE), conhecido pela verborragia.
Temem que, como ele, Doria comece a “tropeçar na própria língua”.
#tamojunto Pessoas próximas a Geraldo Alckmin
mandaram mensagens de apoio a Goldman. O governador trava uma batalha
com o prefeito pelo título de presidenciável do partido.
Sintoma As faíscas na disputa por 2018 são só uma
das pontas soltas no novelo do PSDB. Cresce na Câmara a reprovação de
siglas da base aliada e da direção da Casa ao comportamento dos tucanos,
que firmam acordos na reunião de líderes e não entregam os votos em
plenário.
Acéfalos A direção do PSDB queria a aprovação do
novo fundo eleitoral, mas 30 deputados da legenda votaram contra —e só
oito a favor. Outros oito se ausentaram. Se esses tivessem votado e
acompanhado a maioria, a nova reserva de recursos para campanhas não
teria passado.
Olhos dos outros… Em conversas recentes, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), demonstrou irritação com os
sinais de que Michel Temer só deve assinar o pacote de medidas de
austeridade, anunciado há quase dois meses, após a votação da segunda
denúncia.
… é refresco Maia lembrou que, quando Temer viajou para a China, em agosto, deixou decretos e projetos de lei à mesa do Planalto para que ele, presidente interino, assinasse. Deu a entender que era urgente. A papelada está lá até hoje.
Quem dá mais Sub-relator da CPI da JBS, Hugo Leal
(PSB-RJ) abriu nova frente de investigação na comissão. Acha que pode
ter encontrado evidências de que outra medida provisória foi comprada
para beneficiar as empresas dos irmãos Batista.
Aí tem O deputado enxerga inconsistência em um
artigo da MP 451, de 2008, sobre a legislação tributária. O texto
dispensava firmas de apresentarem certidão negativa nas operações de
crédito firmadas com instituições financeiras públicas.
Só para saber Durante o depoimento do ex-presidente
do BNDES Luciano Coutinho na CPI, na terça (3), Leal provocou: “Sendo a
JBS uma das maiores devedoras de contribuição previdenciária, como teve
acesso ao crédito?”.
Fôlego Em sua resposta, Coutinho afirmou que, entre
2009 e 2010, houve um projeto que suspendeu temporariamente a
apresentação da certidão. “A motivação disso foi a crise econômica e
pequenas empresas”, disse.
Melhor não Apesar de ter bandeiras semelhantes às de
igrejas pentecostais e neopentecostais, Jair Bolsonaro (PSC-RJ) não tem
a simpatia de líderes evangélicos. Seu perfil, considerado exaltado,
ainda desagrada ao nicho.
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